domingo, 30 de agosto de 2015

Veja soluções de seis países para vencer a falta de água e o desperdício

 

Estação seca se aproxima e já causa preocupação.
G1 mostra ações de governos que enfrentam a seca constantemente.

Eduardo CarvalhoDo G1, em São Paulo

CRISE HÍDRICA
Com a aproximação do inverno, grande parte do país entra em estado de atenção devido à falta de chuvas.
Com isso, o fantasma da escassez de água passa a rondar governos, que tentam agilizar projetos para evitar um possível desabastecimento nas grandes cidades e áreas rurais.
Em vários países, os períodos de seca já não representam tanto risco. Eles são enfrentados com tecnologia e planos ambiciosos de gestão da água, alguns implementados há décadas. Sem essas ações, Israel, encravado em um deserto, ou Cingapura, uma ilha que importa água de outros locais, não sobreviveriam.
Suas experiências podem servir de inspiração ao Brasil, que desde 2013, quando o Sudeste enfrentou a pior seca já registrada nos últimos 50 anos, passou a se preocupar mais com os recursos hídricos, já escassos em várias localidades.
O G1 lista o que seis países de diferentes partes do mundo fizeram ou fazem para manter o abastecimento, evitar o desperdício e conscientizar a população sobre a importância da água. As iniciativas foram apresentadas em um seminário internacional realizado em São Paulo, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente.
Dados da Austrália e suas tecnologias contra a escassez de água (Foto: G1)
Austrália
O país que viveu entre 1997 e 2009 o mais severo período de seca já registrado, e que entre 2013 e 2014 teve 156 recordes de temperatura,precisou se adaptar para manter o abastecimento de milhões de moradores.
Foram investidos cerca de R$ 6 bilhões em infraestrutura, o que ajudou a combater vazamentos e a economizar água.
Segundo Tony Wong, do Programa de Cooperação em Pesquisa da Austrália, em Melbourne, um dos exemplos para combater o desperdício foi a realização de obras para que as águas residuais que saem das casas sigam para reservatórios próprios.
Depois de tratada, a então "água de reúso" retorna para as moradias, já adaptadas para receber o líquido em uma torneira especial, que poderá ser utilizado na limpeza da casa, lavagem de roupas e outras atividades em que se consiga evitar o emprego de água potável.
Além disso, em várias cidades do país foram construídas usinas de dessalinização, que transformam a água do mar em potável. Em Melbourne, o complexo ainda não foi utilizado, mas foi erguido para ser uma espécie de seguro em casos de extrema escassez hídrica.
É viável para o Brasil?
Dante Ragazzi, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), diz que o Brasil pode utilizar essas tecnologias para melhorar o abastecimento e a adaptação a eventuais secas. Porém, ele afirma que algumas delas só funcionariam plenamente a longo prazo.
Ragazzi diz que o combate a vazamentos já é feito no país, mas que é preciso investir muito mais em infraestrutura para a água de reúso chegar até as casas. “Tecnicamente é possível, mas do ponto de vista financeiro, são precisos estudos aprofundados”, explicou.
Sobre uma possível usina de dessalinização, Dante diz que um projeto como esse é caro e pode gerar impacto ambiental (é preciso saber o que será feito com o sal extraído), apesar da instalação ser possível em cidades litorâneas.
Dados da China e suas tecnologias contra a escassez de água (Foto: G1)
China
Com um risco muito alto de seca no Nordeste e Norte do país, a China criou uma agenda especial para os recursos hídricos, distribuindo ações integradas por todas as camadas de governo.
Foi desenvolvido um sistema de etiquetas para mictórios, vasos sanitários e pias que determina o grau de eficiência hídrica desses produtos. Desta forma, há o incentivo à compra de produtos que usam menos água (no estilo do selo Procel de eficiência energética, utilizado aqui no Brasil).
O governo incentivou também a criação de cisternas em várias cidades. Atualmente, há 83 mil distribuídas pela China, além de outros 4 mil reservatórios de médio e grande portes.
Desde 1960, é realizada a transferência de água entre rios do Sul para o Norte, com estações de bombeamento em diversas regiões. Elas são acionadas em períodos de seca extrema, o que garante o abastecimento emergencial à população.
É viável para o Brasil?
De acordo com Alceu Guérios, da seção São Paulo da Abes, a transferência entre bacias hidrográficas é uma solução já adotada no Brasil há décadas, já que dá segurança hídrica a regiões carentes. Um dos exemplos é a transferência entre várias bacias para formar o sistema Guarapiranga, que abastece 5,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, e a transposição do Rio São Francisco, no Nordeste.
Sobre os reservatórios pelo país, Dante Ragazzi afirma que é possível criar mais unidades no Brasil, mas não em grande quantidade como na China. “É preciso que se faça a devida análise dos impactos ambientais”. No caso das etiquetas em equipamentos mais eficientes, Guérios afirma ser uma boa ideia.
Dados da Califórnia e suas tecnologias contra a escassez de água (Foto: G1)
Califórnia (EUA)
Um das regiões mais populosas dos Estados Unidos enfrenta uma das piores secas em décadas. Tal fato obrigou o governador Edmund Jerry Brown a decretar racionamento de água em abril deste ano.
Desde então, a Califórnia terá nove meses para economizar 1,8 trilhão de litros de água. A meta é que as cidades e comunidades reduzam seu consumo em 20%. Mas como?
Algumas das iniciativas são: aumento das tarifas de água, multas de US$ 500 por dia a quem for flagrado desperdiçando água potável para lavar calçadas ou lavar carros, remoção de paisagismo que exija aumento de consumo em casas, centros comerciais e campos de golfe, e substituição por grama resistente à seca.
Além disso, para evitar prejuízos no abastecimento, há bombeamento de águas subterrâneas para uso humano e a água reciclada é represada para irrigação e descargas sanitárias.
É viável para o Brasil?
A redução do consumo individual, com medidas como as da Califórnia, é eficiente e viável em todo o país, segundo Alceu Guérios. Ele cita que São Paulo é um dos exemplos onde as ações para conter o consumo individual deram certo, desde que o estado foi afetado brutalmente pela seca.
A respeito da água de reúso, ele afirma que a crise atual intensificou a discussão em torno desse procedimento, ainda não adotado no país. Não há leis próprias para isso, mas o Ministério do Meio Ambiente afirma que há estudos para uma nova legislação. “Pode reduzir significativamente o gasto de água. [Mas] é necessário apenas orientar tecnicamente as práticas, para evitar usos inadequados”, explicou Guérios.
Dados do Japão e suas tecnologias contra a escassez de água (Foto: G1)
Japão
Desde 1955, não há um ano em que o país não seja atingido por episódios de seca extrema. Por isso, o governo criou o Manual Geral contra a Seca, com medidas preventivas para o fenômeno e ações a serem feitas quando houver estiagem.
O racionamento de água em determinados horários é uma das ações tomadas para reduzir a vazão pelo país, mas essa decisão só ocorre quando não há economia voluntária de água. A conscientização dos japoneses é o grande trunfo do governo, que realiza campanhas massivas com uso de anúncios para diminuir o consumo de água. Desde 1978, todo o dia 15 de cada mês é considerado o “dia de economizar água”.
Houve ainda investimentos para captação de chuva e reaproveitamento da água residual, além de combate a vazamentos para reduzir perdas de água para o consumo. A indústria japonesa, famosa pelos avanços tecnológicos, também fez sua parte e desenvolveu torneiras, chuveiros e vasos sanitários que diminuem o consumo.
Segundo o Japão, a perda de água estimada (por culpa de vazamentos, fraudes e etc.) é de 9%.No Brasil, esse índice é de 39%, de acordo com levantamento do IBNET – International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities.
É viável para o Brasil?
O uso de águas residuais e pluviais é viável no Brasil, mas precisa ser objeto de análise financeira, técnica e ambiental, segundo Dante Ragazzi. Para ele, é preciso ter cuidado com o armazenamento caseiro, a fim de evitar que o local se torne um possível criadouro do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
A redução de perdas precisa ser ampliada no país, de acordo com Alceu Guérios. “Inclui ações de rastreamento das redes, de redução de pressões, de substituição de ramais prediais e de redes por materiais mais resistentes, de controle de tempos de reparos, entre outras. São ações contínuas, que produzem resultados progressivamente”.
Dados de Israel e suas tecnologias contra a escassez de água (Foto: G1)
Israel
Transformando o deserto em oásis. Esse é o lema de Israel, país que luta contra a seca desde o seu nascimento, há 67 anos. Por causa disso, foi necessária a criação de leis claras para o uso da água, com sistemas de economia e regulação, e muita conscientização a respeito.
Foi preciso ainda o desenvolvimento de tecnologias capazes de extrair água até de geadas, que é revertida para a agricultura.
Segundo o governo, o tratamento e reúso são vitais para o país: 91% do esgoto é coletado e 80% dele é tratado e reutilizado para a agricultura na parte Sul de Israel (totalizando 525 milhões de m³ ao ano).
Outra técnica que abastece a área agrícola é o sistema de irrigação por gotejamento, desenvolvido em Israel e responsável por fornecer água para 30% das lavouras do mundo.
Há ainda um controle rígido de perdas, que evita o desperdício de recursos e perdas de apenas 7%. Em todo o país, há cinco plantas de dessalinização, que utilizam a água do Mar Mediterrâneo. Essas usinas geram mais de 100 milhões de m³ de água ao ano e abastecem 70% do consumo doméstico.
É viável para o Brasil?
Sim, em partes. O reúso e tratamento de esgoto ainda são um problema para o Brasil. No país, apenas 50% dos resíduos domésticos são tratados e o restante é despejado em rios e no oceano. Mas com o tempo, o percentual de tratamento sanitário deve aumentar, “mas é difícil que a solução seja implementada em grande escala e rapidamente”, diz Dante Ragazzi.
Sobre o gotejamento, é necessário que o setor agrícola do Brasil passe por um grande avanço tecnológico. “Nossa agricultura adota técnicas de irrigação que gastam muita água, o que não é compatível com situações de limitação de disponibilidade, como é o caso do Sudeste brasileiro. É necessário modificar essas práticas. Com a crise, isso já foi iniciado em São Paulo, com a discussão de políticas de estímulo aos produtores”, afirma Alceu Guérios.
Dados de Cingapura e suas tecnologias contra a escassez de água (Foto: G1)
Cingapura
Na pequena ilha de 718 km², 100% da população é servida por água potável e todo esgoto do país é tratado e reutilizado. O país é considerado um dos polos mais eficientes de reaproveitamento de água.
Tudo isso graças a uma imponente infraestrutura implantada para coleta da água de chuva, usinas de dessalinização, combate a vazamentos, além de campanhas de conscientização.
Em casos de falta de água, o país importa água da Malásia por meio de dutos, uma logística considerada complexa e cara.
Além disso, há um programa local que incentiva a compra de produtos que diminuem o uso de água (etiquetas de eficiência hídrica) e uma campanha com o público que faz as pessoas “amarem” a água.

É viável para o Brasil?
O reúso, a campanha de conscientização e a criação de etiquetas para aparelhos domésticos mais eficientes são viáveis e recomendáveis. A importação de água também, tecnicamente falando, mas a medida teria um custo muito alto e não haveria capacidade suficiente para atender grandes demandas, como a de São Paulo, atualmente.

sábado, 29 de agosto de 2015

E QUEREM MAIS AUMENTO




Salários de Desembargadores dos TRTs chegam a R$ 350.768,91 em junho

Postado por Simone de Moraes 17:46:00 06/08/2012

A Justiça brasileira sempre esteve numa caixinha guardada a sete chaves.  Agora a Lei de Acesso a Informação, começa a desvendar o mistério da Justiça cega, cujo pêndulo enferrujado dobra sempre para o bolso dos seus servidores.
Então vejamos: se as remunerações dos magistrados dos TRTs fossem objeto de uma competição, o desembargador Nicanor de Araújo Lima, do TRT da 24a região, ocuparia o mais alto degrau do pódio. Em segundo lugar,  estaria a desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, da 21ª região. E o desembargador Jose Miguel de Campos, da 3ª região, levaria a não menos valorosa medalha de bronze. Confira as demais colocações dos atletas da toga
Veja a tabela. Clicando sobre as jurisdições dos Tribunais onde é possível conferir outras valores.
TRT
Nome
                            Salário bruto      Salário líquido
                          
     (em  reais)                                                    
24ª região(MS)
Nicanor de Araújo Lima   397.070,49             350.768,91
21ª região(RN)
Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro
                                        179.887,06              153.669,99
3ª região(MG)
José Miguel de Campos
                                          176.740,83              148.039,03
15ª região(SP)
João Alberto Alves Machado
                                              74.885,22               67.221,78
13ª região(PB)
Vicente Vanderlei Nogueira de Brito
                                                74.090,00               62.035,23
7ª região(CE)
José Antonio Parente da Silva
                                                70.045,66               58.035,32
17ª região(ES)
Claudia Cardoso de Souza
                                        70.651,48             46.526,05
20ª região(SE)
João Bosco Santana de Moraes
                                         59.749,39            42.442,74
11ª região(AM)
Francisca Rita Alencar Albuquerque e Maria das Graças Alecrim Marinho
                                         49.464,25             40.684,03
6ª região(PE)
Dinah Figueiredo Bernardo
                                                    48.499,13             38.349,56
9ª região(PR)
Ubirajara Carlos Mendes
                                                    49.979,16              36.731,58
2ª região(SP)
Mercia Tomazinho
                                                    43.558,00               35.747,00
18ª região(GO)
Paulo Sergio Pimenta
                                                    51.297,34               34.247,89
8ª região(PA)
Walter Roberto Paro
                                                    36.944,27                 29.955,54
23ª região(MT)
Edson Bueno de Souza
                                                     35.679,77                 28.564,79
14ª região(RO)
Elana Cardoso Lopes
                                                      34.086,12               22.955,84
1ª região(RJ)
Fernando Antonio Zorzenon da Silva
                                                      27.670,56               20.448,65
 
E O JUIZ SERGIO MORO DO LAVA JATO? QUANTO GANHA?


Reportagem publicada neste sábado (22), no jornal O Dia, disseca as remunerações do juiz Sérgio Moro, famoso por estar no comando da Operação Lava Jato. Ele é dono de um salário invejável, porém, questionável se analisado sob o crivo da Constituição Federal, que limita o teto máximo em 33 mil. Entretanto, à custa do erário, penduricalhos elevaram o vencimento do magistrado, em abril deste ano, para R$ 77,4 mil. As benesses de Moro, que compõem seu astronômico salário, ganham o disfarce de verbas indenizatórias para fugir do caráter remuneratório que limita o valor de sua folha de pagamento.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Governo libera R$310 milhões para os 853 municípios mineiros


Fernando Pimentel
O governador Fernando Pimentel (foto) anunciou ontem (21) a liberação de R$ 310 milhões para os municípios mineiros, visando investimentos em transporte escolar, aquisição de máquinas e equipamentos, mobilidade e obras de infraestrutura. Parte dos recursos será do BDMG, que vai liberar R$ 250 milhões para os investimentos em infraestrutura, saneamento, construção de prédios públicos e aquisição de máquinas. Os recursos estariam disponíveis aos 853 municípios. Ao discursar para os prefeitos, o governador afirmou que vai fazer as modificações na Lei Robin Hood, reivindicada pelos prefeitos. Foi criado um grupo de trabalho para elaborar o projeto de lei que será enviado à Assembleia Legislativa. Outro projeto que o governo deve encaminhar ao legislativo é o que cria o Programa Estadual de Transporte Escolar, com o objetivo de transferir recursos financeiros de forma direta para os municípios que efetivamente realizam o transporte escolar de alunos residentes na zona rural. O governo ainda se comprometeu a revisar os critérios de fixação do valor a ser destinado aos serviços para garantir uma divisão de recursos mais adequada e justa. Na segunda-feira, 600 prefeituras mineiras pretendem fechar as portas e aderir ao movimento “Crise nos municípios: prefeituras de Minas param por você”, apoiado pela Associação Mineira de Municípios (AMM). O protesto é para pressionar os governos federal e estadual para o cumprimento das responsabilidades com os municípios.

Governador faz apelo e prefeitos desistem de bloquear estradas na segunda-feira

Preocupados com os impactos que os prefeitos mineiros poderiam causar obstruindo as estradas na segunda-feira (24), para protestar contra os governos do Estado e Federal, o governador Fernando Pimentel, o vice-governador Antônio Andrade e o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes decidiram entrar no processo. Eles aproveitaram o evento com os prefeitos ontem (21), na Cidade Administrativa, para conversar com o presidente da Associação Mineira dos Municípios, Antônio Júlio, PMDB. Eles fizeram um apelo para que as manifestações se restrinjam ao fechamento das portas das prefeituras. O prefeito de Pará de Minas, Antônio Júlio, decidiu atender ao apelo e agir com responsabilidade, segundo ele, por entender que o momento não é ideal. A decisão surpreendeu os prefeitos, que pretendiam realizar um ato que causasse uma repercussão maior no país, de acordo o prefeito de Cana Verde, Jeferson de Almeida, PSDB. Mesmo decepcionados, os prefeitos vão seguir a orientação de Antônio Júlio, que prometeu para setembro uma paralisação nacional, com o fechamento de estradas, como estava previsto para acontecer na segunda-feira. Segundo o presidente da AMM, em setembro, os prefeitos farão uma marcha a Brasília. Se eles não tiverem uma resposta favorável da presidente Dilma, aí sim, as entidades ligadas aos municípios irão mobilizar os prefeitos e fechar por três horas, as principais estradas do país.

domingo, 23 de agosto de 2015

PM morto em praia ostentava carrões, viagens de helicóptero e joias

Carlos Eduardo Dias recebia salário de R$ 3.500 e era ex-genro do miliciano Batman
                 O policial militar Carlos Eduardo Conceição Dias, de 32 anos, morto nesta quinta-feira
 (20) na      praia da Reserva, zona oeste do Rio, ostentava vida de luxo nas redes sociais. O 
   sepultamento do PM acontece na tarde deste sábado (22) no Cemitério do Murundú em Realengo.
  Com ligação com milícia do Rio de Janeiro, Eduardinho, como era conhecido, tinha carrão, 
  viajava de helicóptero e exibia joias.


COMENTÁRIO: TANTO ORGAO FISCALIZADOR:
 RECEITA FEDERAL, POLICIA FEDERAL, POLICIA
CIVIL. TODO ELEMENTO OSTENTANDO SEM TER
 SALARIO DIGNO OU  EXPLICACAO DEVERIA SER
 INVESTIGADO.




sábado, 22 de agosto de 2015

SAO ESSAS ROUBALHEIRAS EM OUTRAS REGIOES QUE ACABAM COM A CLASSE DOS PREFEITOS QUE QUEREM FAZER O MELHOR POR SUAS CIDADES

Com sumiço da prefeita, clima em Bom Jardim (MA) é de incerteza

Prefeita é procurada pela PF em operação que investiga desvio de verbas.
Cautelar obtida por Lidiane Leite proíbe a Câmara de realizar afastamento.

Lidiane Leite assumiu a prefeitura aos 22 anos (Foto: Arquivo pessoal)Lidiane Leite assumiu a prefeitura aos 22 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Com o sumiço da prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite (PP), de 25 anos, moradores da cidade estão sem saber quem está no comando do município, a 275 km de distância da capital maranhense, São Luís. Lidiane Leite está foragida desde quinta-feira (20), procurada pela Polícia Federal (PF), que investiga denúncias de desvios de verbas da educação no município. A denúncia partiu do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MP-MA) e Ministério Público Federal (MPF).
Os vereadores estão impedidos de realizar votação para afastar a prefeita do comando da cidade por causa de uma medida cautelar obtida por Lidiane na Justiça. Ela já havia sido afastada três vezes do cargo: na primeira vez, em abril de 2014, pelo prazo de 30 dias após denúncias de improbidade administrativa, retornando ao cargo em 72 horas, depois de obter liminar na Justiça; na segunda, pelo período de 180 dias, em dezembro de 2014, com liminar suspensa pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) em 48 horas; e  terceira em maio de 2015, retornando em 72 horas.
Na cidade, o clima é de incerteza na cidade com 39.049 habitantes. “Não sei, não, senhor”, diz um morador, questionado sobre onde andava a prefeita. “A prefeita sumiu e sumiu com dinheiro, ainda mais”, ironiza o mototaxista Edmilson das Neves. Já outros habitantes têm medo e preferem não falar sobre o assunto.
Na prefeitura, o expediente é de 8h às 12h, mas poucas pessoas foram encontradas no prédio nessa sexta-feira (21). Somente o secretário de Administração e Finanças, Dal Adler Castro, poderia responder pelo órgão, mas não quis falar com a imprensa.
Por outro lado, há moradores que esperam por uma solução rápida para o impasse na cidade. “A expectativa é que a vice assuma”, diz o comerciante Reginaldo Carrilho. Segundo o presidente da Câmara Municipal, Aarão Silva, a vice-prefeita Malrinete Gralhadas (PPS) só poderá assumir o cargo quando houver o afastamento da prefeita.
Investigações
Lidiane Leite está foragida desde quinta-feira, quando foi iniciada a Operação Éden, da PF, que investiga denúncias de desvios de verbas da educação no município de Bom Jardim. Nessa sexta-feira, a PF reforçou a vigilância em aeroportos e rodoviárias do Maranhão a fim de capturar a prefeita.
PF faz busca na sede da Secretaria de Agricultura de Bom Jardim (Foto: Divulgação / PF)PF fez busca na sede da Secretaria de Agricultura de Bom Jardim (Foto: Divulgação / PF)













Desvios
A polícia investiga transferências de cerca de R$ 1 mil realizadas da conta da prefeitura para a conta pessoal de Lidiane que chegam a R$ 40 mil em um ano. Também foram feitas transferências para o advogado da prefeitura, Danilo Mohana, que somam mais de R$ 200 mil em pouco mais de um ano.
Além da prefeita, secretários, ex-secretários e empresários também estão sendo investigados por causa de irregularidades encontradas em contratos firmados com "empresas-fantasmas". Houve duas licitações para reformar 13 escolas, pelas quais a Zabar Produções obteve R$ 1,3 milhão e a Ecolimp recebeu R$ 1,8 milhão. Nenhuma das empresas foi encontrada.
Em 2013, a prefeitura firmou contrato com 16 agricultores para o fornecimento de merenda escolar nas escolas municipais, pelos quais cada agricultor receberia em média R$ 18 mil por ano. Os agricultores afirmaram que não receberam os pagamentos.
Luxo na internet
Lidiane se tornou prefeita aos 22 anos, em 2012, depois que o namorado dela na época Beto Rocha, candidato a prefeito, teve a candidatura impugnada ao ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ela assumiu o lugar dele e foi eleita.
Prefeita de Bom Jardim (MA) ostentava boa vida nas redes sociais (Foto: Fotos: Divulgação)Prefeita de Bom Jardim (MA) ostentava boa vida nas redes sociais (Foto: Fotos: Divulgação)











Depois que assumiu o cargo, Lidiane passou a compartilhar fotos da nova rotina nas redes sociais. Nos perfis pessoais, ela escreveu: "eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados". Em outro post, ela diz: "devia era comprar um carro mais luxuoso pq graças a Deus o dinheiro ta sobrando".
Afastamentos
Justiça do Maranhão havia determinado o afastamento da prefeita pelo prazo de 180 dias em dezembro de 2014, com base no descumprimento da regularização das aulas e do fornecimento de merenda e de transporte escolar em Bom Jardim.
Na ação, o Ministério Público do Estado afirma que Lidiane havia apresentado informações falsas a respeito das irregularidades, mas as informações acabaram desmentidas por meio de denúncias dos próprios moradores da cidade.
A gestora também já havia sido citada pela Justiça por má conduta no início de 2014, quando foi deferida liminar, a pedido do MP-MA, para declarar a ilegalidade de decreto municipal que tornou nulas as nomeações dos excedentes do concurso público homologado em novembro de 2011.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O que fazer com a epidemia de cesáreas no Brasil?

por Marcelo Pellegrini — publicado 18/08/2015 03h38, última modificação 18/08/2015 18h39
Cesáreas
Estudos sugerem que cesáreas desnecessárias aumentam mortalidade materna e infantil
Dos oito Objetivos do Milênio estabelecidos pelas Organização das Nações Unidas para o período 2000-2015, o Brasil só não cumprirá um: reduzir a mortalidade materna. Embora tenha ocorrido uma queda de 57% de 1990 a 2012, os índices nacionais são altos e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estão relacionados a dois fatores: a ilegalidade do aborto e a epidemia de cesáreas.
De acordo com o Ministério da Saúde, as principais causas das mortes maternas são: hipertensão, hemorragias, infecções, problemas circulatórios e o aborto. As quatro primeiras complicações, segundo especialistas, estariam relacionadas com o procedimento cirúrgico da cesárea. Sem perspectivas de a legislação sobre o aborto ser alterada pelo atual Congresso, resta ao governo agir sobre como os partos são realizados.
Atualmente, o Brasil é o líder mundial de cesáreas, com 57% das mulheres recorrendo a esse procedimento, muita acima da recomendação de 15% da OMS. Se esse índice tivesse permanecido em 38%, padrão identificado no ano 2000, o número de mortes maternas nos partos seria 20% menor, projeta Cesar Victora, professor da Universidade Federal de Pelotas (RS), baseado em um estudo da OMS. “A cesariana é um procedimento importantíssimo, mas que foi banalizado no Brasil, e seu uso desnecessário traz riscos à saúde da mulher, como hemorragias e infecções”, afirma.
Há um consenso entre entidades médicas e do governo sobre o alto índice de cesáreas. Por outro lado, sobram discordâncias em relação ao enfrentamento da questão.
A mais recente investida do governo foi a Resolução Normativa 368, publicada em julho, que visa coibir cesáreas desnecessárias. Pelas novas regras, os planos de saúde devem divulgar, se solicitados, os porcentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. Além disso, operadoras também terão de fornecer o cartão da gestante e exigir que os obstetras utilizem o partograma, documento no qual é registrado tudo o que acontece durante o trabalho de parto.
Entidades médicas, contudo, dizem que a medida é inócua. Para Cesar Fernandes, diretor científico da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, as novas regras “lançam uma cortina de fumaça sobre o problema”. “A resolução opta por demonizar o médico em vez de combater o problema, que está na falta de equipes plantonistas nas maternidades”, explica.
Segundo Fernandes, hoje, cerca de 30 maternidades paulistas não possuem equipes de parto plantonistas, o que é assegurado por lei. “Divulgar os dados do médico é inócuo porque as próprias maternidades privilegiam as cesáreas”, aponta. De acordo com os dados divulgados em julho, 82% dos obstetras paulistas que atenderam na rede privada, em 2014, não fizeram nenhum parto normal.
Atualmente, 84% dos nascimentos na rede privada de saúde se dão por meio da cesárea. No Sistema Único de Saúde, a taxa de cesárea é menor, mas já atinge 40%. Entre os riscos associados à cesárea estão o risco de hemorragias, infecções e embolia (um bloqueio vascular).
A gerente-executiva da Agência Nacional de Saúde, Jacqueline Torres, concorda que apenas a resolução será incapaz de alterar esse cenário. Para ela, a medida é um primeiro passo importante, mas a solução passa por uma mudança no modelo de atenção ao parto. “Mudar o modelo de atenção ao parto é fundamental”, afirma. “Os hospitais precisam investir em equipes plantonistas e multiprofissionais que sejam treinadas para oferecer um atendimento humanizado à mulher.”
Segundo Jacqueline Torres, o foco do modelo atual é o médico, não a mulher. “Como o médico é o único responsável por tomar as decisões clínicas, na prática ele opta pela cesárea, porque é um procedimento mais rápido, agendável e que paga o mesmo que um parto normal”, afirma. Em média, um parto normal dura oito vezes mais tempo do que uma cesárea.
Para alterar esse contexto, os obstetrizes são fundamentais. Focado na saúde da mulher e na assistência ao parto, o obstetriz é um profissional raro no País. A Universidade de São Paulo é a única do País que oferece um curso de graduação em Obstetrícia e, segundo a professora Elisabete Franco Cruz, é incapaz de suprir a demanda nacional. “O curso precisa se expandir para outras universidades do País, porque a alteração do modelo do parto passa por esses profissionais”, diz.
Epidemia de cesáreas
Quase 60% das grávidas recorrem à cesárea, muito acima da recomendação de 15% da OMS. Crédito: RozeMeisjePhoto/Getty Images
Na ausência de um obstetriz, enfermeiros obstetras são os responsáveis pelo cuidado à mãe na hora do parto. Contudo, apesar da ampliação recente de vagas de residência para esse profissional, o contingente ainda é pequeno. Segundo um levantamento do Conselho de Enfermagem, há apenas 2.773 enfermeiros obstetras e 191 obstetras no Brasil.
A importância desse profissional não está apenas na redução do número de cesáreas, mas também na diminuição da violência na hora do parto.
Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo mostra que uma em cada quatro mulheres sofre alguma violência obstétrica, seja ela verbal ou física. “A violência no parto é disseminada tanto na rede pública quanto privada, independente do parto ser normal ou cesárea, é uma questão cultural”, explica Cruz. “É por isso que solução passa pelo obstetriz, que é um profissional qualificado e que contempla a mulher em suas diferentes dimensões, não apenas como uma vagina com um bebê”, completa.
Além de aumentar a mortalidade materna, estudos apontam que as cesáreas também afetam de diversas formas a saúde do bebê, entre elas os índices de prematuridade. “Temos no Brasil uma das taxas mais altas de prematuridade, perto de 12%, e isso está fortemente relacionado com as cesáreas. Hoje, metade dos bebês que morrem no Brasil é de prematuros”, afirma Cesar Victora, da UFPel.
Historicamente, a prematuridade sempre esteve associada à pobreza. No entanto, nos últimos anos essa lógica inverteu-se e os maiores índices de prematuros estão nas regiões ricas do País, onde também se concentram as cesáreas. “Há uma margem de erro na avaliação da idade gestacional do feto. E como as cesáreas são marcadas geralmente para a 38ª semana de gestação, essa margem de erro resulta em que muitos bebês nascem prematuramente”, afirma Victora. Segundo ele, a idade gestacional ideal para nascer é de 39 a 41 semanas.
O professor lembra que o parto normal faz parte de um processo natural que prepara o bebê para o mundo fora da barriga da mãe. Victora explica que, ao nascer, o bebê não tem nenhuma bactéria em seu intestino, mas as ingere ao passar pelo canal vaginal da mãe. “São essas bactérias que vão colonizar seu intestino. Isso é um plano da Natureza”, afirma. “Se o bebê não nascer por via vaginal, seu contato será pela mão das pessoas do hospital e, por isso, será colonizado por outros tipos de bactérias que ficarão em seu corpo a vida toda”, alerta.
Como consequência, sugerem estudos, o tipo de bactéria pode influenciar nas chances de desenvolver obesidade, por exemplo. Outra vantagem é o “estresse positivo” que o parto normal causa no bebê, que pode diminuir as chances de asma, segundo estudos preliminares.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que "o Brasil vive uma epidemia de cesáreas" e que "o aumento desse índice pode ser explicado por uma série de fatores, que envolvem falta de informação, questões culturais e formação profissional". Para dar uma resposta ao problema, o Ministério destaca ações como a Rede Cegonha, cujas ações são voltadas para a formação e capacitação de enfermeiras obstetras. Além disso, o ministério disse distribuir no Sistema Único de Saúde a Caderneta da Gestante, que traz informações sobre os riscos de uma cesárea desnecessária e dicas para uma boa vivência do parto.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

RORAIMA É CAPITAL? RORAIMADA OU RORAIMENSE?

AMIGOS O QUE NOSSA PRESIDENTE PRECISA DE APRENDER PORTUGUES: RORAIMA É UM ESTADO CUJA CAPITAL É BOA VISTA E RORAIMENSE É SEU GENTÍLICO.


domingo, 16 de agosto de 2015

MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL

 


A manifestação ou o protesto, da forma como todos nós temos acompanhado nas últimas semanas em nosso país, expressa uma reação de caráter público onde os manifestantes se organizam com o objetivo de terem suas opiniões ouvidas em uma tentativa de influenciar a política de governo.
A recente onda de protestos no Brasil foi desencadeada quando os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro decidiram aumentar a passagem de ônibus em R$ 0,20. A população logo se uniu e tomou as ruas para protestar contra o aumento que, segundo os manifestantes, não está ligado ao valor da passagem, que passaria para R$ 3,20, mas sim com o transporte e os serviços públicos caóticos do país.
Vídeos e fotos mostraram que a maior parte do movimento era pacífico, com isso outros brasileiros foram para as ruas e apoiaram os protestantes. A população passou a questionar: como assim o país gasta tanto com uma Copa do Mundo e não tem boas escolas, ou hospitais de qualidade? As manifestações tomaram as ruas das principais capitais e repercutiram também no exterior.
E não é de hoje que o brasileiro vai a luta por seus direitos, por um país mais democrático e cidadão. Em alguns momentos da história do nosso país, atos como estes já se repetiram.
1922 – PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
A monarquia existiu no Brasil de 1822 a 1889. Porém algumas crises como a censura, a interferência de D. Pedro II nas questões religiosas e o fortalecimento do movimento republicano, desencadearam muita insatisfação. Num movimento mais elitizado, a população da época uniu-se a Marechal Deodoro da Fonseca, que após um golpe militar, instaurou a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1889, na então capital do Brasil, Rio de Janeiro. Naquele momento surgiu a República Federativa e Presidencialista no nosso país, sendo o próprio Marechal da Fonseca quem assumiu a primeira presidência.
1964 – GOLPE MILITAR
Naquele ano, um comício foi organizado pelo presidente do Brasil, João Goulart, no Rio de Janeiro e serviu como estopim para o golpe. Foi neste cenário que depois de um encontro com trabalhadores, João Goulart foi deposto e teve que fugir para o Rio Grande do Sul e, em seguida, para o Uruguai. Desta maneira, o Chefe Maior do Exército, General Humberto Castelo Branco, tornou-se presidente do Brasil. As principais cidades brasileiras foram tomadas por soldados armados, tanques, jipes, entre outros. O golpe militar de 1964 foi amplamente apoiado à época e um dos motivos que conduziram o manifesto foi uma campanha, organizada pelos meios de comunicação, para convencer as pessoas de que o presidente levaria o Brasil a um tipo de governo comunista, algo que a população considerava inadmissível.
1984 – DIRETAS JÁ!
Um movimento político democrático com grande participação popular, no qual o principal objetivo era estabelecer as eleições diretas para presidente da República do Brasil.
Inflação alta, grande dívida externa e desemprego, expunham a crise do sistema. Os militares, ainda no poder, pregavam uma transição democrática lenta, ao passo que perdiam o apoio da sociedade, que insatisfeita, queria o fim do regime o mais rápido possível.
Durante o movimento ocorreram diversas manifestações nas cidades brasileiras.
Depois de duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das “Diretas Já” ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis, da UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicatos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas “Diretas Já”.
Em 25 de abril de 1984, a emenda constitucional das eleições diretas foi colocada em votação. Porém, para a desilusão do povo brasileiro, ela não foi aprovada. As eleições diretas para presidente do Brasil só ocorreram em 1989, após ser estabelecida na Constituição de 1988.
1992 – IMPEACHMENT
Após muitos anos de ditadura militar e eleições indiretas, uma campanha popular tomou as ruas para pedir o afastamento de Fernando Collor de Melo do cargo de presidente. Acusado de corrupção e esquemas ilegais em seu governo, a campanha “Fora Collor” mobilizou muitos estudantes que saíram às ruas com as caras pintadas para protestar contra o presidente corrupto.  No dia 29 de setembro de 1992 cerca de 100 mil pessoas acompanharam a votação do impeachment de Collor em torno do Congresso, o qual foi aprovado tendo 441 votos favoráveis e apenas 38 contrários. Fernando Collor correu para renunciar e não perder seus direitos políticos, mas já era tarde. Mesmo renunciando, o presidente foi caçado e impedido de concorrer em eleições por muitos anos. Era a conquista do movimento “Fora Collor” que representou a grande pressão exercida pela população.
2013 – PROTESTOS
Considerada a maior das últimas décadas, as atuais manifestações abrangem grande parte das cidades brasileiras e considera-se que resultam do fato de que os cidadãos “caíram na realidade”. Um ato que começou no dia 06 de junho, devido os altos valores das passagens dos transportes públicos, hoje inclui novas bandeiras, como a luta por um país com melhor qualidade de vida, principalmente nos setores de educação e saúde, fim da violência policial e da corrupção, apuração nos gastos das obras da Copa do Mundo, entre outros fatores que têm causado insatisfação geral.
Seguidos de protestos diários, até o momento 12 prefeitos das principais capitais do país já baixaram os preços das tarifas das passagens.
Segundo estudo do DataFolha, 84% dos participantes dos manifestos não têm preferência por qualquer partido político, 71% estão pela primeira vez num protesto e 53% têm menos de 25 anos. Os dados mostram também um maior peso de estudantes e de pessoas com ensino superior.
O Facebook e a Internet tiveram um papel importante, 81% das pessoas souberam da manifestação pela rede social e 85% pesquisaram informações em sites.

Protesto anti-Dilma é menor, mas mostra força

Manifestações deste domingo, em várias capitais do País, são menores do que as ocorridas em março e abril deste ano, mas reuniram dezenas de milhares de pessoas; manifestantes pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff e gritavam palavras de ordem contra o PT, a corrupção e de apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato; os protestos pelo impeachment de Dilma acontecem em meio a um certo alívio conseguido pela presidente na última semana; seu governo se reaproximou do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Senado, fazendo um contraponto à situação difícil enfrentada na Câmara dos Deputados, cujo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu com o governo após ser acusado por um delator da Lava Jato de pedir propina
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SÃO PAULO (Reuters) – Dezenas de milhares de pessoas protestavam nas ruas de várias cidades do país neste domingo pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e com palavras de ordem contra o PT, a corrupção e de apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma neste ano, após protestos similares em março e abril, acontece depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o Senado, especialmente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Entretanto, os manifestantes que foram às ruas neste domingo não pareciam dispostos a dar trégua à presidente. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília destacavam-se enormes faixas verdes e amarela com os dizeres “Impeachment Já” em preto.
Os manifestantes não pouparam também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade chegou à casa dos 80 por cento no período em que comandou o país. Na capital federal, um enorme boneco inflável fazia referência a um Lula vestido de presidiário em meio aos 25 mil manifestantes estimados pela Polícia Militar.
Vestidos com camisas da seleção brasileira e de verde e amarelo, os manifestantes aproveitaram o dia de sol em várias cidades do país e, no Rio de Janeiro, tomaram a orla de Copacabana com gritos de “Fora PT” e elogios a Moro.
“A corrupção no Brasil chegou ao limite do limite, e esse governo desonra os brasileiros dignos”, disse o advogado Carlos Andrade, que foi a Copacabana acompanhado da família.
Em Belo Horizonte, os manifestantes contrários à presidente se reuniram na Praça da Liberdade e o protestos na capital mineira contou com a presença do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição do ano passado. O tucano teve o nome gritado por um grupo de manifestantes ao chegar para o protesto.
Em São Paulo, os participantes da manifestação se reuniam no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em um contraponto aos protestos anti-PT, militantes do partido e sindicalistas se reuniam em frente à sede do Instituto Lula, na zona sul da cidade, com bandeiras do PT e cartazes de defesa da democracia.
Os protestos também aconteciam em capitais como Belém, Maceió e Salvador, além de cidades do interior do país. Em Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, numa das avenidas mais movimentadas da cidade, um caminhão de som tocava músicas contra o governo Dilma e com muitas palavras de ordem também contra Lula.
BAIXA POPULARIDADE
Segundo pesquisa Datafolha, 71 por cento dos entrevistados para a sondagem consideram o governo Dilma ruim ou péssimo e 66 por cento são favoráveis ao impeachment e, diante desse cenário, Dilma decidiu ficar em Brasília no fim de semana para acompanhar as manifestações com ministros do núcleo de coordenação política.
A presidente pode designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos protestos, informaram duas fontes do governo.
Os protestos pelo impeachment de Dilma acontecem em meio a um certo alívio conseguido pela presidente na última semana. Seu governo se reaproximou de Renan e do Senado, fazendo um contraponto à situação difícil enfrentada na Câmara dos Deputados, cujo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu com o governo após ser acusado por um delator da Lava Jato de pedir propina.
Também colaborou para dar um certo fôlego à gestão petista as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Judiciário.
O TCU deu prazo de mais 15 dias para o governo dar explicações sobre suas contas do ano passado, em análise no órgão; do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que as contas do governo sejam avaliadas em sessão conjunta do Congresso; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que adiou a decisão sobre a continuidade de um processo que pede a cassação de Dilma.
Integrantes do governo, políticos e analistas, no entanto, têm adotado postura cautelosa em relação a esse fôlego conseguido por Dilma. Isso por conta das manifestações e das investigações da Lava Jato, apontadas como imprevisíveis e classificadas de “fio desencapado” por um importante parlamentar da base aliada.

Paralelamente, Dilma tem afirmado em discursos e entrevistas que não renunciará ao cargo e tem ainda pregado o respeito à democracia e ao resultado das eleições.

UMA COISA EU NAO ENTENDO: ANTES DA COPA OS PROTESTOS ERAM MAIS FORTES E MAIORES, HAVIA MENOS MOTIVOS, HOJE TEM MAIS MOTIVOS PARA INSATISFACAO, AUMENTADO ALEM DA INFLACAO, PEÇA CORRUPCAO DESENFREADA, E OS MOVIMENTOS PARECERAM MAIS FRACOS, EU NAO ENTENDO O BRASILEIRO ????????

AECIO NEVES PELA PRIMEIRA VEZ DISCURSA EM MOVIMENTOS

VEJA A PEQUENA MAS IMPORTANTE PARTICIPAÇAO DE AECIO NEVES NAS MANIFESTACOES EM BH



sábado, 15 de agosto de 2015

SECA E SAUDE AS VISOES DE DOIS PROBLEMAS QUE SE AGRAVAM A CADA DIA NO RN

VEREMOS ESTA REPORTAGEM DE THAIZA GALVAO SOBRE A INCRIVEL NEGATIVA DE UM FUNCIONARIO DE UM POSTO DE GASOLINA A AGUA DE BEBER COMO SE ESTIVESSEMOS VIVENDO NOS ANOS DE 1887 E 1915, E DEPOIS A REPORTAGEM DO HOSPITAL DE PAU DOS FERROS QUE ATENDE A NOSSA REGIAO E INFELIZMENTE ENCONTRA-SE UM VERDADEIRO CAOS.
Seca que castiga o Seridó faz sertanejo negar até um copo d’água
12 de agosto de 2015 às 9:53
Retrato da seca na região Seridó.
Ha duas semanas um motorista de caminhão de Minas Gerais, que atravessava o Rio Grande do Norte e passava em Acari, parou em um posto da cidade e desceu do carro com um depósito grande na mão.
E perguntou ao frentista onde poderia encher de água potável antes de seguir viagem.
Arrasado, o frentista seridoense, que viveu toda sua vida ouvindo que um copo d’água não se nega a ninguém, teve que dizer ao motorista que ali em Acari ele não tinha como abastecer seu depósito.
Explicando que a cidade tem um grande reservatório que, por falta de chuva, está seco.
O motorista saiu mais arrasado ainda.
É a tristeza que toma conta do nosso sertão.
Sertão de povo honesto e trabalhador, que poderia muito bem passar sem isso, não fosse o interesse zero da classe política para solucionar o problema que se arrasta há anos, anos e anos…
E O PROFISSAO REPORTER SOBRE O HOSPITAL DE PAU DOS FERROS:


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

BOM DIA BRASIL RETRATA A CRISE NOS MUNICIPIOS

O BOM DIA BRASIL DE HOJE DIA 14/08/15 RETRATOU A CRISE VIVIDA PELOS PEQUENOS MUNICIPIOS BRASILEIROS ONDE 7 EM 10 ESTAO SEM COTA SUFICIENTE PARA REALIZAR OS TRABALHOS DE LIMPEZA, FOLHA, TRANSPORTE, ETC.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Oito coisas que aprendi com a educação na Finlândia

 

País se destaca pela igualdade na educação, alta qualificação de professores e por sempre repensar seu currículo escolar

 

Dona de um dos sistemas de ensino mais elogiados do mundo, a Finlândia recebeu, de fevereiro a julho deste ano, 35 professores de institutos federais brasileiros para treinamento e capacitação.

Embora em 2012 o país nórdico tenha caído do topo para a 12ª posição do Pisa, o principal exame internacional de educação (o Brasil ficou na 58ª posição do ranking, entre 65 países), ele ainda é apontado pela OCDE – a entidade que aplica o Pisa – como "um dos líderes mundiais em performance acadêmica", e se destaca pela igualdade na educação, alta qualificação de professores e por constantemente repensar seu currículo escolar.

Ensino finlandês é uma das referências mundiais em qualidade da educaçãoBBC

Ensino finlandês é uma das referências mundiais em qualidade da educação

Os docentes brasileiros foram selecionados pelo programa Professores para o Futuro, do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Educação), para passar cinco meses estudando a educação finlandesa.

A BBC Brasil conversou com quatro desses professores, para conhecer o que viram na Finlândia e saber se lições trazidas de lá podem facilitar seu trabalho em sala de aula e melhorar o aprendizado nas instituições públicas de ensino onde atuam. Apesar das diferenças com o sistema brasileiro, os professores disseram ver como "pequenas revoluções" o que podem agregar do ensino finlandês em suas rotinas.

"Vou começar com um trabalho de formiguinha, mostrando aos meus colegas o que aprendi, gravando minhas aulas e adaptando (as metodologias) à nossa realidade e aos nossos estudantes", diz a professora Giani Barwald Bohm, do Instituto Federal Sul-rio-grandense.

Os 25 institutos federais que enviaram professores ao país nórdico reúnem cursos de ensino médio, profissional e superior com ênfase em ciência e tecnologia.

Professores brasileiros passaram cinco meses em capacitação na FinlândiaDivulgação/Joelma Kremer

Professores brasileiros passaram cinco meses em capacitação na Finlândia

Veja o que os professores aprenderam na Finlândia:

1. Usar mais projetos nas aulas

Os professores entrevistados pela BBC Brasil dizem que projetos elaborados por alunos e a resolução de problemas estão ganhando protagonismo no ensino finlandês, em detrimento da aula tradicional.

São as metodologias chamadas de "problem-based learning" e "project-based learning" (ensino baseado em problemas ou projetos). Neles, problemas – fictícios ou reais da comunidade – são o ponto de partida do aprendizado. Os alunos aprendem na prática e buscam eles mesmos as soluções.

"Os projetos são desenvolvidos sem o envolvimento tão direto do professor, em que os alunos aprendem não só o conteúdo, mas a gerir um plano e lidar com erros", diz Bruno Garcês, professor de Química do Instituto Federal do Mato Grosso, que pretende aplicar o método em aulas de experimentos práticos.

Os professores brasileiros visitaram, na Finlândia, cursos superiores baseados inteiramente nessa metodologia. "Um curso de Administração tem disciplinas tradicionais no primeiro ano. Mas, nos dois anos e meio seguintes, os alunos deixam de ter professores, passam a ter tutores, formam empresas reais e aprendem enquanto desenvolvem o negócio", diz Francisco Fechine, coordenador do Instituto Federal de Tecnologia da Paraíba.

Não é uma estrutura que sirva para qualquer tipo de curso, mas funciona nos voltados, por exemplo, a empreendedorismo, explica Joelma Kremer, do Instituto Federal de Santa Catarina. "E os alunos têm uma carga de leitura, para buscar (nos livros) as ferramentas que precisam para resolver os problemas."

Professores Fechine, Bruno Garcês e Kelly Santos em sala de aula finlandesa: mais projetos práticos e autonomia dos alunosBruno Garcês

Professores Fechine, Bruno Garcês e Kelly Santos em sala de aula finlandesa: mais projetos práticos e autonomia dos alunos

2. Foco na produção de conteúdo pelos alunos

A resolução de problemas e projetos é parte de um ensino mais centrado na produção do próprio aluno. Ao professor cabe mediar a interação na sala de aula e saber quais metas têm de ser alcançadas em cada projeto. "Nós (no Brasil) somos mais centrados em o professor preparar a aula, dar e corrigir exercícios. O aluno faz pouco. Podemos dar mais espaço para o aluno avaliar o que ele vai desenvolvendo", diz a professora Giani Barwald Bohm, do Instituto Federal Sul-rio-grandense.

"No modelo tradicional de ensino, quem mais aprende é o professor. Lá (na Finlândia) é o aluno quem tem de buscar conteúdo, e o professor tem que saber qual o objetivo da aula. Para isso você não precisa de muita tecnologia, mas sim de capacitação (dos docentes)", agrega Joelma Kremer.

Algumas salas têm mobília especialmente projetada para que os alunos possam ser agrupados ou separadosGiani Barwald Bohm

Algumas salas têm mobília especialmente projetada para que os alunos possam ser agrupados ou separados

3. Repensar o papel da avaliação

Nesse contexto, a avaliação tem utilidade diferente, diz Kremer: "A avaliação está presente, mas os alunos se autoavaliam, avaliam uns aos outros, e o professor avalia os resultados dos projetos".

"Ao reduzir o número de testes (formais) e avaliar mais trabalhos em grupo e atividades diferentes, os professores têm um filme do desempenho do aluno, e não apenas a foto (do momento da prova)", diz Fechine.

"Conhecemos um professor de física finlandês que avaliava seus alunos pelos vídeos que eles gravavam dos experimentos feitos em casa e mandavam por e-mail ou Dropbox."

Salas especialmente projetadas e tecnologia amparam o trabalho do professorGiani Barwald Bohm

Salas especialmente projetadas e tecnologia amparam o trabalho do professor

4. Usar tecnologia e até a mobília para ajudar o professor

A tecnologia não é parte central desse processo, mas auxilia o trabalho do professor em estimular a participação dos alunos finlandeses. 

"Em vez de proibir o celular, os professores os usam em sala de aula para estimular a participação dos alunos – por exemplo, respondendo (via aplicativos especiais) enquetes que tivessem a ver com as aulas", conta Kremer. "Isso torna a aula mais interessante para eles. E é complicado para a gente ficar dizendo, 'desliga o celular', algo que já começa estabelecendo uma relação de antipatia com o aluno."

Os professores brasileiros também conheceram algumas salas de aula com mobília especialmente projetada, diferente do modelo tradicional de cadeiras individuais voltadas à lousa. "Muitas salas têm sofás, poltronas, mesas ajustáveis para trabalhos individuais ou em grupo e vários projetores", agrega Kremer. "É um mobiliário pensado para essa metodologia diferente de ensino."

Fechine vai reproduzir parcialmente a ideia no Instituto Federal da Paraíba, trocando as carteiras de braço por mesas que possam ser agrupadas para trabalhos.

5. Desenvolvimento de habilidades do século 21

A professora Giani Barwald Bohm conta que o ensino fundamental finlandês continua dividido em disciplinas tradicionais, mas focado cada vez mais no desenvolvimento de habilidades dos alunos, e não apenas na assimilação de conteúdo tradicional. "(São desenvolvidas) competências do século 21, como comunicação, pensamento crítico e empreendedorismo", diz ela.

Para Fechine, estimular a independência do estudante é uma forma de romper o ciclo de "alunos passivos, que só fazem a tarefa se o professor cobrar, interagem muito pouco".

Universidade de Tampere, na Finlândia; jornada escolar finlandesa tem intervalos mais frequentesBruno Garcês

Universidade de Tampere, na Finlândia; jornada escolar finlandesa tem intervalos mais frequentes

6. Intervalos mais frequentes entre as aulas

A Finlândia adota aulas de 45 minutos seguidas de 15 minutos de intervalo na educação básica – prática que Bruno Garcês acha que poderia ser disseminada por aqui. "Tira a tensão de ficar tantas horas sentado", diz.

Fechine também considera a ideia interessante, mas aponta que a grande carga horária no ensino médio brasileiro dificulta sua aplicação e lembra que na Finlândia ela é acompanhada de uma forte cultura de pontualidade. "As aulas começam no horário e aluno rapidamente entra na (rotina de) resolução de problemas."

Competição de habilidades entre alunos finlandeses; ensino é voltado para a práticaGiani Barwald Bohm

Competição de habilidades entre alunos finlandeses; ensino é voltado para a prática

7. Cultivar elos com a vida real e empresas

Muitos dos projetos dos estudantes finlandeses são tocados em parcerias com empresas, para aumentar sua conexão com a vida real e o mercado de trabalho, algo que Garcês acha que poderia ser mais frequente no Brasil. "Aqui na área rural do Mato Grosso podemos ter uma interação maior com as fazendas locais, ministrando aulas a partir do que os produtores rurais precisam."

A vantagem disso é que o aluno vê sentido prático e profissional no que está aprendendo, explica Giani Barwald Bohm. "Ele desenvolve algo diretamente para o mercado de trabalho, que vai ter relevância para o próprio estudante e é contextualizado com as empresas locais."

Ela destaca também as competições de habilidades práticas desenvolvidas por escolas locais (um preparativo para a competição internacional WorldSkills, que neste ano será realizada em São Paulo, pelo Senai, entre quarta e sábado desta semana). "As empresas são envolvidas na organização e acompanham os alunos no dia a dia e até ficam de olho para contratá-los depois."

8. Formação mais prática e valorização do professor

A formação dos professores é apontada como a principal chave do sucesso do ensino finlandês. Os brasileiros observaram lá uma capacitação mais prática, voltada ao dia a dia da sala de aula, e mais interação entre o corpo docente. "Algumas salas têm dois professores - um como ouvinte do outro caso seja menos experiente", relata Fechine.

"Há uma relação mais direta (entre os professores), com muita conversa entre quem dirige o ensino e quem dá aula", agrega Barwald Bohm. "Além disso, há uma valorização cultural do professor lá, semelhante à de outras profissões. O salário é equivalente e as condições de trabalho dão bastante tempo para o planejamento das aulas", diz Bruno Garcês.

domingo, 9 de agosto de 2015


E se o El Niño deste ano for igual ao de 1997?


Para o Brasil, El Niño significa seca no Nordeste e enchentes no Sul

Efeitos do El Niño no Brasil. Fonte: CPTEC/Inpe (Foto: André Fagundes Souza e Giovana Tarakdjian/ÉPOCA)
Em março deste ano, os satélites da Nasa identificaram que a temperatura da superfície do Oceano Pacífico estava mais quente do que o normal, indicando a ocorrência do fenômeno El Niño. Na ocasião, eles achavam que seria um fenômeno fraco. Nesta semana, no entanto, os cientistas reavaliaram os dados e concluíram que podemos estar diante de um El Niño forte - talvez tão forte quanto o de 1997-1998, considerado um dos mais intensos já identificados.
O El Niño é um fenômeno natural que acontece quando a superfície do mar perto do Chile e do Peru fica mais quente. Nesses países, ele provoca chuvas na época do Natal, e por isso ganhou o nome de "niño", uma referência ao "menino Jesus". Mas esse fenômeno interfere no clima de muitas partes do mundo. Como o mar está mais quente, há mais evaporação e mais formação de nuvens, alterando a circulação atmosférica e provocando secas e cheias em regiões tão distintas quanto as Américas, Austrália, Índia e Japão.
Segundo a Nasa, todos os sinais indicam que teremos um El Niño de moderado a forte neste ano. E a análise dos mapas de calor no Oceano Pacífico mostra uma semelhança muito grande com o mesmo período de 1997, o início do mais intenso El Niño já registrado. "Não estamos completamente certos ainda de que será um fenômeno forte, mas os sinais estão indicando isso. Saberemos até outubro", disse o climatologista Bill Patzert, em nota da Nasa. A figura abaixo mostra a semelhança entre o aquecimento do oceano em 1997 e 2015.
Mapas da Nasa mostram o El Niño de 1997 (esq.) e de 2015 (dir.). Quanto mais vermelho, mais quente a superfície do Oceano Pacífico. Os dois episódios mostram semelhanças no padrão do fenômeno (Foto: Nasa)
Aqui no Brasil, também já é possível ver algumas semelhanças entre o fenômeno de 1997 e 2015. Em 1997, o inverno foi ameno em São Paulo, com temperaturas um pouco acima do normal. Exatamente como aconteceu com julho deste ano: a temperatura mínima de São Paulo foi 1,9ºC mais quente no mês, e a máxima, 0,8ºC acima da média, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No Sul, as chuvas acima da média começaram no inverno neste ano, assim como o esperado em anos de El Niño, segundo o Centro de Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Se o El Niño deste ano for mesmo tão intenso quanto o de 1997, nós começaremos a sentir seus efeitos a partir de outubro. Que efeitos são esses? Em 1997-98, o El Niño provocou:
Excesso de chuva durante a primavera e o verão na região Sul, com médias acima de 50mm de chuva por mês;
Seca severa no período de fevereiro a maio do ano seguinte noNordeste, com forte queda na quantidade de chuva na região;
Seca no leste da Amazônia, provocando um boom de queimadas e incêndios florestais;
Verão quente no Sudeste, com temperaturas de 1ºC a 4ºC mais quente que a média.
É preciso levar em consideração que, até hoje, nunca houve um El Niño exatamente igual a outro. Então os efeitos de um fenômeno forte neste ano podem ser ligeiramente diferentes. Mas é pouco provável que o clima das regiões Sul e Nordeste e da Amazônia saiam impunes. Além disso, se a previsão para o Sudeste se comprovar, uma boa parte da população brasileira poderá sentir na pele o que é um aumento de até 4ºC na média da temperatura em pleno verão – o que, segundo a ONU, pode acontecer se nada for feito para impedir o aquecimento global, um aumento da temperatura que, diferentemente do El Niño, é causada pela ação humana.