SEVERINO ERNESTO EM DUAS FOTOS EM ÉPOCAS DIFERENTES
SEU ERNESTO, SEU PAI, DONO DE FARMACIA E HOMEOPATA.Tambem filho de Catolé do
Rocha/PB onde nasceu em 30/08/1890.
Hoje tirei um pouco de meu tempo para recordações, e
me vi tomado por uma inquietação, e consumido por demorada saudade, lembranças
de um velho amigo que não temos mais em nosso meio. Vez por outra submerso nas
boas lembranças daquele amigo que se tornou ao longo dos anos, grande feitor de
boas ações, coragem e fé. E neste contexto, as saudades me levavam a um
guerreiro, que nada mais nada menos é o meu pai, Severino Ferreira de Araújo,
vulgo Severino de Ernesto.
Nascido no Sítio São José, Catolé do Rocha, PB,
propriedade de seu pai Ernesto Ferreira de Araújo no dia 03 de maio de 1925, com
seis meses faz sua primeira mudança pois sua mãe Maria Urbana de Jesus, que era
natural do município de Martins-RN, e que desejava morar perto de seus pais
Lindolfo Luiz Bezerra, fez com que seus pais comprassem uma propriedade no sitio
Salva-Terra, meia légua distante da casa de seus avós maternos. Era uma casa
grande de alpendre, metade de tijolo, metade taipa, lá longe da estrada que
passava para o sitio Retiro perto do riacho do Salva-Terra.
Na seca de 1932, seu pai construiu dois açudes
pequenos e uma barragem, que no ano de 1934, ano de um inverno muito pesado,
arrombou dois açudes em uma só noite, ficando o açude de cima, que represava
água perto do velho Ramiro, vizinho com quem ele havia empreitado a construção
do mesmo.
Já quase aos dez anos, ainda com os poucos
ensinamentos que seu pai lhe havia dado, naqueles cafundós, longe de escolas, seu pai se preocupava muito com o filho, dada a sua dedicação as letras, resolveu
chamar um professor bastante culto para aquela época, o senhor João Cesário
Pinto, que lecionou apenas seis meses, mas a quem devia os seus estudo
preliminares. Ao terminar esta escola, todo mundo admirava o seu saber, lia com
muito desembaraço e em matemática era um gênio, desafiava até os professores.
Então seu pai resolveu lhe transferir para a cidade de Catolé do Rocha.
AGORA EM CATOLÉ DO ROCHA
Em Catolé do Rocha, a cidade mais próxima e onde
residiam seus avós paternos, fez a sua matrícula no grupo escolar Antônio Gomes,
onde até bem pouco tempo funcionava o Banco do Brasil. Entrou logo para o quarto
ano primário, no ato da matrícula a diretora Zulmira Pires Fernandes, perguntou
pelo seu grau de estudo, e o mesmo disse para ela que sabia todo o atlas de geografia,
um questionário com quarenta e oito páginas com perguntas e respostas, todo
decorado. A professora achou isso impossível e passou a fazer perguntas
salteadas numa página e noutra ao que ele lhe deu respostas imediatas. Ela
respondeu: Este menino é de uma inteligência nunca vista, é um verdadeiro gênio.
Essa professora era possuidora da melhor caligrafia que ele já tinha visto em toda sua
vida, ela desenhava as letras. Era assim o aluno mais aplicado da classe. Na
sua turma ganhou logo um apelido, ninguém o conhecia pelo seu nome, só lhe
chamavam de “Carlos Rocha”, em virtude de haver levado uma pasta igualzinha a do
pagador do açude de Riacho dos Cavalos, que se chamava com este nome.
MUDANÇA PARA O SERTÃO.
Terminado o quinto ano primário voltou para casa, certo
de que havia encerrado os seus estudos, pois só tinha colégio neste tempo em
Mossoró e o mesmo não tinha condições de se transferir para uma cidade grande.
Isto foi no ano de 1936 e logo no ano seguinte seu pai resolveu vender a
propriedade do Salva-Terra, para comprar uma no sertão onde ele pudesse fazer
uma criação de gado. Outra mudança para sítio Almas em Pilões.
PASSEIO EM MARTINS.
No final de 1937, o escrivão de Martins, Possídio
Gondim, que tinha sido chamado na sua casa para passar a escritura de permuta dos
terrenos, vendo a sua caligrafia, ficou muito admirado e convidou-o para passar
uns dias em Martins, para dar alguma ajuda em seu cartório. Ele que nunca tinha
ido a Martins, aceitou o convite e na garupa de seu burro, chegou à tardinha na
serra de Martins. Passou apenas três meses na sua residência, gostando
imensamente dos dias que lá passou.
No mês de Fevereiro de 1938, seu pai veio buscar para
o sitio Lagoa (outra mudança), onde a família havia mudado há poucos dias.
Novamente de garupa descemos a serra de Martins, pelo
lado do Pimenta, descemos a Treze de Maio, rodagem construída há muitos anos
pelo Cel. Demetrio Lemos, que dizem ter setenta e duas curvas, passando pelo o
sitio Pé de Serra do Geraldo, o povoado de Mumbaça, que nesta época tinha uma
dúzia de casas, pelo sitio Mamoeiro, Picada e chegamos quase a noitinha em casa
no sítio Lagoa (hoje pertencente a Antonio Martins).
NOVAMENTE NOS ESTUDOS.
Em 1937, em Catolé do Rocha, abriu um colégio que
foi denominado de Colégio Leão XIII, fundado pelo Padre Belizário Dantas, que há
muitos anos vinha trabalhando para realizar este sonho e de toda região. Como
esta nova moradia ficava perto de Catolé, seu pai resolveu matricular o mesmo
neste colégio. Os anos de 1938 e 1939, estudou como aluno externo, apenas tinha
o estudo no colégio, o resto do tempo era em casa. Depois seu pai resolveu
interná-lo no Leão XIII. Pelos meados de 1940, assumiu a diretoria do colégio o
Padre Américo Sérgio Maia, um diretor que dado seu esforço por ser filho da
terra, mudou cem por cento a gestão do educandário. Reformou o prédio, construiu
quadras de esportes, melhorou a alimentação dos alunos e fez muitas outras
melhorias.
Em outubro de 1940, houve um fenômeno que muita
gente se lembra, um eclipse total do sol, que deixou muita gente emocionada.
Havia terminado uma aula e estava toda turma no recreio, quando de repente
começou a escurecer e aqueles que não sabia desse fenômeno só poderia ficar
apreensivo e com medo, escureceu tanto, que deu para se notar a presença das
estrelas. Foi que ai chegaram alguns professores e explicaram aos alunos que
aquilo era um fenômeno natural, o eclipse que de anos em anos aparece.
Aproxima-se as provas finais, e como era quase todo
fim de ano o primeiro da classe, mas que também havia um colega seu de nome
Francisco das Chagas Barreto, um gaiolão alto e magro, que era uma cultura, de
uma inteligência sem igual, que se tornou um rival perigoso e disputávamos palmo
a palmo as notas durante o ano. Na 2ª série ele havia tirado dois pontos a mais
, mas na 3ª série, conseguiu uma média geral de setenta e oito pontos, quando
ele teve apenas setenta e cinco pontos.
Ao terminar o ano, tivemos uma noticia triste, que o
colégio Leão XIII, não podia mais continuar, por falta de condições financeiras.
Terminado o ano letivo, volto como de costume, na garupa do cavalo do velho,
subindo aquela ladeira horrível, que tantas vezes durante sete anos que estudava
em Catolé, enfrentei com tantas dificuldades, dado as condições financeiras, mas
com força de vontade consegui aprender alguma coisa, que muito lhe serviu para o
seu futuro.
Com Moacir e outros amigos, foram a festa do
Centenário de Martins, que se realizaria naquele final de ano. Foi uma festa
memorável, nunca vi tanto festejo em toda minha vida, dormimos e viajamos no dia
seguinte para Lucrécia. Outro dia fomos a um baile no sitio Pé de Serra do
Geraldo. Fomos de canoa, inclusive o tocador e várias moças que fez um peso
enorme, e no meio do açude a canoa começou a tomar água, começou um alvoroço das
moças e com um grande esforço do canoeiro que desgotava a água, conseguimos
salvar-nos deste grande perigo.
Pouco dias depois, era noite de Natal e em Lucrécia,
aconteceu uma festa bastante animada, onde conseguiu arranjar uma namorada, com
quem passou ate tarde da noite. Esta moça nunca mais encontrou, a não ser quinze
anos depois, quando ela veio de Lucrécia para casar-se em seu cartório.
No ano de 1941, na data de 31 de dezembro,
aconteceu a inauguração da Estação Ferroviária de Mumbaça, hoje Frutuoso Gomes,
aonde veio a conhecer um trem pela primeira vez, e o povoado também, que
constava apenas da estação e de uma dúzia de casas espalhadas ao redor do
pequeno arraial. E assim, depois de dois meses de umas férias bem aproveitadas,
voltou ao lar paterno, sonhando com o meu retorno aos estudos logo no começo do
ano seguinte.
Em 1942, tudo certo para continuar seus estudos,
Veio a seca de 1942, ano cruel que atrapalhou todo o seu futuro, dada as
dificuldades da época, a difícil situação financeira, ele e os demais colegas
que havíam se matriculado em João Pessoa, desistiram de continuar os estudo
neste ano. Foi um ano de grande sofrimento para o povo, pois o governo não deu
ajuda de espécie alguma, não apareceu construção de açudes e nem estradas. No
estado tinha apenas a base de Parnamirim, em Natal, para onde muita gente se
deslocou e os demais ficaram neste interior, lutando pela sobrevivência pois
ainda se conseguiu tirar algum legume. Foi o primeiro ano que trabalhou na
agricultura, estranhou bastante a vida da roça, pois não conhecia o cabo da
enxada. Ia muito na casa do seu tio Amancio Lindolfo, onde tinha o primeiro
radio a bateria. Seu pai Seu Ernesto gostava muito da agricultura, mas pouco
trabalhava, apenas dava direção do serviço e mandava a turma de filhos
trabalhar. Ele se dedicava mais em dar remédio ao povo, pois ele era um
homeopático e muito procurado em toda aquela região, só vivia montado em um
cavalo muito possante dando atendimento aos seus clientes. Salvou muitas
crianças e adultos com seus “Ovos de Víbora” como muita gente chamava as
bolinhas de Homeopatia.
No fim de 1942 outra mudança pro Sitio Buracos em
Antonio Martins. Veio o inverno de 1943, para amenizar a situação do povo. O
açude encheu, e encheu de pastagens, o gado engordou. Tentou ate se matricular
em Joao Pessoa mas por telegrama me veio a resposta triste: Dizia o telegrama
que até pouco tempo encontrou em seus papeis: “ IMPOSSÍVEL, MATRÍCULAS
ENCERRADAS”.
Como neste tempo emprego era uma coisa muito difícil,
meu pai num dia de feira chegou com uma enxada e disse para ele: “Pronto meu
filho, está é a caneta que posso lhe dar de agora em diante”, recebeu satisfeito
e decidiu de corpo e alma entregar-se a agricultura.
O inverno foi uma maravilha e a colheita neste ano,
foi mais de quarenta arrobas de algodão. Ainda lembra, apurou na venda do
algodão, mil e quarenta cruzeiros. O legume não vendia, deixava para o consumo.
Ainda em 1943, ainda lecionou particular em casas de família.
Contratou um trabalhador de Boa Esperança (hoje
Antonio Martins), que vivia muito lá por casa, de nome Badeco, que trabalhava o
ano todo no nosso sítio. Ele havia trabalhado muito a seu Né Jâcome, pai de uma
moça muito prendada que se chamava Maria e a tratavam de Mariquinha. Ele, a
maneira de alcoviteiro, ia para lá dando boas informações dele e de lá trazia
lembranças dela para o mesmo, e neste leva e traz, poucos dias depois chegou-lhe
trazendo um bilhete dela, que marcava um encontro para se conhecerem em um dia
de missa. Foi no dia 13 de maio de 1944, o mesmo não tinha fé de chegar a hora
de conhece-la. Chegou a Demétrio Lemos, cerca de oito horas e uma hora depois
encontrou-se com ela no mercado público. A informação superou todas as suas
expectativas. Era atraente e simpática como nenhuma outra.
Depois de algum tempo ficou noivo com Mariquinha. O
velho Né Jácome prontamente aceitou e perguntou logo em seguida, onde pretendia
morar. Ele lhe disse, que não tinha nada acertado, isto dependeria dela e se
quisesse que a filha continuasse ali com eles. Mas o velho botou uma porção de
empecilhos que não tinha casa, não tinha local que prestasse e nem terra
suficiente para trabalhar. Ele notou logo o desinteresse e resolveu ficar lá
mesmo nos Buracos.
Mariquinha que tinha muito interesse em ficar perto
dos pais, achou muito ruim, mais como era o jeito combinou.. Severino vendeu a
sua safra e resolveu começar o serviço da sua casa, que ficou perto de uma
casinha de taipa que seu pai lhe deu como ajuda.
NA ÉPOCA DO CASAMENTO.
O casamento se deu no dia 22 de novembro de 1948,
celebrado pelo Padre Evaldo Bette, na capela de Boa Esperança.
Seu Severino não vivia satisfeito com a vida de
agricultor, pois se vinha um ano abundante no outro seguinte era um fracasso,
pouco chovia e a safra era um fracasso, ou não prestava.
Tiveram problemas com o proprietário do terreno
vizinho, Severino Cornelio, mas em 1953 ele resolveu vender e o novo
proprietário, era uma pessoa muito boa. E em julho de 1953, resolveu entrar no
ramo do comércio.
Passou apenas três meses, pois viu que não dava
certo, apesar do pouco apurado, pois entrou sem nenhuma freguesia, e o sufoco
que ficava em casa, a mulher sozinha com duas crianças, sem ter por quem mandar
fazer nada. Baseado no provérbio que “quem canta, não assobia” viu-se na
obrigação de deixar o comércio.
Neste mesmo ano seu pai que era muito amigo do Dr.
Raul Alencar, chefe político de muito prestígio em Martins, prometeu de arranjar
um emprego pra mim. No começo de 1954, estava para ser criada o Distrito
Judiciário de Mineiro, antigo povoado de Mumbaça, cuja Lei foi publicada em
abril de 1954. E assim foi realizado o seu sonho.
Foi a Mineiro a fim de alugar uma casa para morar.
Encontrou duas desocupadas uma na rua da igreja e outra na rua Tiradentes, que
pertencia ao velho Basílio do Tamanduá, avô de Mariquinha, ficou com esta, era
uma já um tanto deteriorada, mas com o tempo podia ajeita-la. Também aluguel era
muito barato, dez cruzeiros por mês, e assim o mesmo fretou o carro de seu Zé
Lourenço, que era o único caminhão que havia por aqui para trazer a mudança. No
dia 25 de abril a tarde ajeitaram a troçada que se compunha só de móveis de
fonte pobre, inclusive silos de legumes, que dava para comer mais de um ano,
pois sempre foi previdente, não sabia o que nos aguardava o futuro. No
caminho foi um tormento, os meninos a mulher embriagaram-se no carro.
MINEIRO EM 1966. VISTA DO QUARTO AZUL (COMERCIO DE SEU SEVERINO
ERNESTO COM CHICO INÁCIO), À DIREITA O PRÉDIO DO COMÉRCIO QUE MONTOU A PARTIR DE
1955.
Estava um negócio desanimado, que a princípio pensou
quase em desistir, como íamos sobreviver com tão pouca renda? Pensou em começar
qualquer um negócio mais havia gastado quase tudo na instalação do cartório.
Vizinho a nós havia um comerciante, o Chico Inácio, que bem a frente a nossa
casa tinha uma mercearia muito bem sortida e fazia muito negócio. Frequentava
muito lá e ele vendo de sua capacidade convidou-lhe para uma sociedade, ele
entrava com a mercadoria e Severino com o trabalho e a responsabilidade.
Não deu certo essa sociedade com o Sr Chico Inacio,
pois ele bebia demais e jogava. Havia acabado com quase tudo, e para não perder,
recebeu o quarto que ele negociava em pagamento. Ai já estava mais bem firmado
para começar por sua conta, pois já tinha crédito, prática e uma boa freguesia.
Trabalhou sozinho no cartório até maio de 1969; quando colocou João Bosco
Cavalcante como substituto e em 1987 assumia Maria do Socorro Camara como
substituto que depois viria a a ser titular com a minha aposentadoria.
VIDA COMERCIAL.
O mês de janeiro de 1955, foi para instalar o
negócio. Foi a Martins fazer a sua inscrição estadual, abrir a firma em nome da
mulher Maria Francisca de Araújo, pois eu como titular do cartório, a firma não
podia ser em seu nome. Começou o seu negócio, quase sem capital, conseguiu
vendendo um gadinho, juntou 6.000(seis cruzeiros), tomou mais 2.000 (dois
cruzeiros) a seu pai emprestado a juro de 2% e completou os 8.000 (oito
cruzeiros) de capital.
Em 1957, seu pai Ernesto Ferreira, veio morar aqui em
Mineiro, juntamente com Adauto Vieira que veio do Sítio Xique-Xique para se
estabelecer aqui, onde se localizou na atual rua Antônio Dantas, Adauto teve até
sorte na mudança, o comércio dele cresceu no ramos de tecidos e miudezas.
Comprou o ponto de negócio, casa de morada e montou até uma bomba de
gasolina. Depois de uns dez anos, resolveu ir para Mossoró para facilitar os
estudos dos filhos. Seu Ernesto comprou a farmácia de Raimundo Belarmino e
colocou na casa de morada que havia comprado a seu Chico Inácio. Em 1959
Severino resolveu se estabelecer com tecidos. Antes ramo de secos e molhados e
agora tecidos. Neste tempo não havia inflação, tudo era barato, a gente fornecia
a um freguês o ano todo fiado para receber na safra do algodão.
Em 1965, por motivo de doença grave, seu pai Ernesto
Ferreira vendeu-lhe o resto do estoque da farmácia. Veio a falecer em 22 de
fevereiro de 1966.
Severino vinha trabalhando até 1970, quase sozinho,
apenas com a ajuda da mulher, quando resolveu botar um ajudante na loja, o Sr.
João Bosco Cavalcante, rapaz letrado a quem mais tarde, entregou também o
cartório. Em 1972, resolveu fazer uma casa de morada no terreno que sobrava e
que fazia parte do muro da loja.
Passou muitos anos, envolvido somente no comércio,
comprando e vendendo fiado, perdendo contas e mais contas em mãos de maus
pagadores. Quando enfim lembrou-se de fazer algum investimento em casas e
terrenos.
Certo de que poderia deixar o comércio, pois a
aposentadoria que esperava ia ser bastante compensadora, pois havia pago muitos
anos sobre doze salários,mas ficou apenas em oito salários, ai foi logo
procurando passar para os seus filhos a loja e a farmácia.
Apenas o Lioswald (Dadim), interessou-se pelo negócio
e assumiu a responsabilidade, o outro (Lavoisier – “Boim”) não quis saber de
viver preso e cuidou logo em sair da sociedade. Passou quase dois anos vivendo
desta pequena aposentadoria defasada pela inflação e uns trocados que pegava do
cartório, até que em fevereiro de 1987, requereu a sua aposentadoria do
cartório, que demorou muito a sair, recebendo no final do ano, seis meses que já
estavam acumulados.
MAIS SOBRE SEU SEVERINO
Seu Severino nunca quis saber de política. Casado com
Dona Mariquinha (hoje com 87 anos, debilitada após uma fratura de fêmur), teve 6
filhos: Lucinda (esposa de Dr Francisco ex prefeito de Antonio Martins por 2
mandatos), Lucenira (esposa de Joao Bosco Cavalcante e mãe de Jandiara Jácome,
pré-candidata a Prefeita), Licurgo (pai da secretária de administração Ligia),
Lucidio (Prefeito por quatro mandatos em nossa cidade, médico e político, que
mesmo no início contrario a idéia de seu pai que não queria muito política, mas
papai sempre foi torcedor em política, daí ter aceitado na época o chamado para
uma colisão com o então líder politico Gilvan Carlos para uma sua candidatura a
prefeito em 1982); Lioswald (que tocou o comércio pra frente, apenas mudando a
mercearia para Antônio Martins e continuando o ramo de farmácia em Frutuoso
Gomes) e Lavoisier (esse era o caçula, muito mimado, ficou tomando de conta dos
velhos e até hoje seu apelido é Boim).
Seu Severino foi mais uma vítima do câncer, não resistindo
vindo a falecer no Hospital do Coraçao em Natal em 15 de dezembro de 2002 aos 77
anos.
SEU SEVERINO E DONA MARIQUINHA SENTADOS A FRENTE DA CASA EM 1993 COM 68 ANOS.
CASAL COMPLETANDO BODAS DE OURO EM 1998.
NAS BODAS DE OURO, COM OS FILHOS: DA ESQUERDA PARA DIREITA:
LICURGO, LIOSWALD, LUCENIRA, SEU SEVERINO, DONA MARIQUINHA, LUCINDA, LAVOISIER E
LUCIDIO.