sábado, 30 de janeiro de 2016

A floresta onde o zika foi descoberto

Cientistas identificaram o vírus por acaso, enquanto faziam pesquisas sobre a febre amarela.


Cientistas identificaram o vírus na floresta Zika enquanto faziam pesquisas sobre a febre amarela  (Foto: BBC).
A floresta Zika não é tão conhecida em Uganda. Na verdade, a maioria das pessoas nem sequer sabe exatamente onde ela fica.
No idioma local, zika significa algo como “uma vegetação que cresceu demais, que tomou conta do lugar”.
De fato, há uma densa vegetação no local, com uma ampla variedade de árvores e muitos animais. As únicas pessoas com quem você pode se deparar por ali são o guarda florestal e sua família, que moram em uma pequena casa feita de chapas de ferro.
Foi bem no meio dessa floresta que, em 1947, um novo vírus foi descoberto. Na época, o local servia de palco para pesquisas científicas no leste da África. E, é preciso dizer, ele foi descoberto por acaso. Isso mesmo.
Uma equipe de cientistas de Uganda, dos Estados Unidos e da Europa estava ali para pesquisar uma outra doença viral, a febre amarela.
Enquanto testavam macacos rhesus na floresta, eles se depararam com um novo microrganismo, que batizaram de zika.
Enquanto testavam macacos rhesus na floresta, cientistas se depararam com um novo microrganismo, que batizaram de zika  (Foto: BBC)Enquanto testavam macacos rhesus na floresta, cientistas se depararam com um novo microrganismo, que batizaram de zika (Foto: BBC)
Um Aedes que não pica
Mas apesar de ser o “berço” do zika, apenas dois casos de contaminação pelo vírus foram confirmados em Uganda em todos esses anos.
O principal motivo é o que os tipos de mosquito que transmitem o vírus a humanos não costumam entrar em contato com a população local.
“O Aedes que temos aqui, o Aedes aegypti formosus, normalmente não costuma picar humanos”, afirma o virologista Julius Lutwama, do Instituto de Pesquisa Vírus. “Esse é a diferença em relação à América Latina, em que uma subespécie diferente, o Aedes aegypti aegypti, está espalhando o zika vírus.
A maior parte da floresta Zika, que beira uma estrada entre a capital Kampala e o Aeroporto de Entebbe, está sendo destruída por projetos de infraestrutura.
Novas casas com telhados recém-colocados cercam o que sobrou da floresta. É nessa área que os cientistas fazem as pesquisas.
A vários quilômetros dali está o instituto de pesquisa que analisa o vírus. Ali, medidas de segurança são levadas muito a sério, porque o local guarda amostras de organismos perigosos, responsáveis pelo ebola, zika e febre amarela.
E o local também é o único no país onde são realizados testes para zika.
Aliás, para um dos diretores do laboratório, John Kayuma, isso pode estar atrelado ao baixo número de casos de zika confirmados: poucas pessoas são testadas.
“Há uma possibilidade de termos muitos mais casos país afora.”
Em alguns meses, o governo vai começar um estudo para pesquisar o alcance do zika e de outros flavivírus como dengue e febre amarela.
Enquanto isso, a equipe do laboratório mantém um olhar atento aos tipos de mosquitos que circulam em Uganda, para identificar rapidamente caso algum dos eficazes em transmitir doenças entre no país.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Você olha e não vê defeito, vê uma família completa', diz mãe de bebê com microcefalia

Antes de todo o alarme internacional sobre o zika vírus, o drama começou a se desenrolar nas casas de pessoas como Mila Mendonça e Rodrigo Gomes. A gravidez do pequeno Gabriel, segundo filho do casal, corria normalmente até agosto do ano passado, quando as más notícias vieram em enxurrada ao longo de duas semanas de exames.

Além da microcefalia, Gabriel tem microcalcificações no cérebro, os membros afetados pela síndrome de artrogripose – que provoca contraturas nas articulações e redução no tônus muscular –, problemas em uma das pernas e audição em apenas um dos ouvidos, ainda assim reduzida a 80%.
A BBC Brasil foi à casa do casal de advogados em Salvador, na Bahia, onde a rotina agora é tomada por consultas com médicos e sessões com terapeutas para estimular o desenvolvimento do bebê. Depois do baque inicial, o casal diz que agora "é vida que segue".
"A gente está sendo proativo. Sem se conformar com a doença, de que ele não tem como melhorar, a gente está buscando fazer tudo o que pode ser feito, usar todos os recursos médicos e dedicação emocional", diz Mila.
"Mas também de uma forma tranquila. O máximo que a gente conseguir avançar está bom. Afinal é o nosso filho, a gente ama muito. Você olha para a gente e não vê defeito, vê uma família completa."

Municípios poderão demitir mais de 100 mil servidores

 

Municípios poderão demitir mais de 100 mil servidores
 A União Brasileira de Municípios (Ubam), enviou documento ao Palácio do Planalto, expondo a gravíssima situação das prefeituras e pedindo um repasse emergencial de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), para serem creditados no dia 10 de fevereiro, objetivando atenuar o descontrole financeiro que enfrentam as 5.564 prefeituras de todo país, tendo em vista a crise econômica e as baixas significativas nas transferências constitucionais, as quais registram uma diminuição em torno de 30% em relação a 2015.
Segundo o presidente da Ubam, Leonardo Santana, os municípios enfrentam o pior momento de sua história, com o agravamento de uma crise que não começou agora mais que vem atingindo os menores entes da federação há mais de 10 anos, desde o lançamento de programas de desoneração fiscal, que serviram para beneficiar as grandes indústrias, levando o caos administrativo para as prefeituras municipais, que perderam mais de 120 bilhões.
No documento enviado a presidente Dilma, a Ubam lamenta a grande falha do governo da União na condução do pacto federativo, permitindo o desmantelo da maquina administrativa municipal e sua impotência frente as demandas crescentes na saúde, educação e bem estar da população, aumentando significativamente os índices de pobreza absoluta, marginalidade e violência generalizada entre os mais jovens.
"A maioria dos pequenos municípios tiveram contas zeradas por saques atribuídos ao INSS, causando um verdadeiro tisunami nas contas públicas, obrigando prefeitos a demitirem, diminuírem o horário de atendimento a população, paralisado obras, deixando de pagar contas de água e luz, além de muitos não terem como repassar o duodécimo das câmaras municipais. Isso é uma vergonha nacional para o governo da União".
Leonardo garantiu também que centenas de prefeitos estão a ponto de não disputarem a reeleição e nem participarem do processo eleitoral, por entenderem que a prefeituras se tornarão ingovernáveis, fazendo com que homens sérios que ingressaram na política, saiam endividados e doentes, devido o stress da função e a incapacidade financeira de atender o mais carentes.
Dados da CNM Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), foi em 2008, com a evolução da crise econômica mundial, que o governo federal começou a desenvolver políticas para estimular a economia brasileira. A desoneração do IPI e do IR foi uma das estratégias adotadas, o que afetou diretamente as contas municipais. Os dois impostos compõem o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal fonte de recurso das pequenas cidades, lembra a CNM.
De acordo com o material publicado pela entidade, os Municípios de São Paulo foram os mais prejudicados. O impacto das desonerações dos dois impostos no período de 2008 a 2014 chega a R$ 16,1 bilhões. Em segundo lugar aparecem os Municípios mineiros com uma perda de R$ 15,9 bilhões. Na terceira posição ficam as cidades da Bahia com impacto de aproximadamente R$ 11 bilhões.
Plenária de Prefeitos no Congresso O presidente da Ubam destacou também a necessidade de se realizar uma grande plenária de prefeitos durante a abertura dos trabalhos do congresso nacional, para que se sensibilizem os parlamentares, evitando um caos social ainda maior, se o governo federal não socorrer os municípios. Pois, segundo ele: “os municípios não têm nada a ver com o descontrole moral e financeiro do governo, não sendo obrigado a pagar por concessões insuportáveis que quase destruíram o país”.
“Estivemos presentes em reuniões de vários consórcios municipais, constatando uma revolta crescente dos prefeitos, que lamentam não poderem continuar pagando o funcionalismo público, restando única alternativa de demitir em massa, o que poderá desempregar mais de 100 mil servidores em todo país, para não serem enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal, além de serem obrigado a pagar multas”. Disse o presidente da Ubam.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Óleo de planta pode ser usado para matar larvas do Aedes, aponta estudo

Extração de recursos naturais da sucupira pode matar até 70% dos focos.

Pesquisa é do curso de farmácia da Universidade Federal do Amapá.


Pesquisadora Anna Eliza Maciel diz que apresentaram alto índice de mortalidade das larvas (Foto: Jéssica Alves/G1)Anna Eliza Maciel diz que pesquisas apresentaram alto índice de mortalidade das larvas (Foto: Jéssica Alves/G1)













Um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Amapá (Unifap) desenvolveu um produto inovador, que pode matar larvas do mosquito Aedes aegypti em depósitos de água por meio da extração de recursos biológicos da planta conhecida como sucupira, nativa da região amazônica. Apesar do resultado positivo, os testes ainda serão aprofundados para uma possível disponibilidade do produto para a rede pública de saúde.
De acordo com a pesquisadora e docente do curso de farmácia Anna Eliza Maciel, o estudo foi desenvolvido em conjunto com acadêmicos da graduação e apontou a eficácia de 70% no uso do produto em relação a mortalidade das larvas do moquisto, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.
A pesquisa descobriu que o óleo extraído da planta apresenta várias atividades biológicas, incluindo uma potencial propriedade larvicida, substância que destroi larvas.
A escolha dos testes com larvas do mosquito Aedes deve-se pelo índice no Amapá. O último dado divulgado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) aponta que houve o registro de 4.086 casos notificados de dengue até dezembro de 2015.
"A partir do produto, que é utilizado em várias funções biológicas, resolvemos testar com as larvas do Aedes aegypti, porque é uma preocupação de saúde pública. Os testes apresentaram resultados muito promissores, com taxa de mortalidade acima de 70%. Novos testes serão desenvolvidos e o objetivo no futuro é disponibilizar para a rede pública", ressaltou Anna Eliza.
A pesquisadora explicou que a maioria dos métodos de controle da dengue envolve agentes larvicidas em água e, portanto, o uso dos produtos naturais extraídos da região amazônica é considerado um desafio tecnológico e que pode beneficiar a população.
"Utilizamos matéria da própria natureza e conseguimos desenvolver um produto, à primeira vista, eficaz no combate às larvas. Neste contexto, a pesquisa aparece como alternativa viável para resolver este problema principal", comentou a pesquisadora.
De acordo com o grupo de pesquisas, o trabalho foi publicado no dia 07 de janeiro de 2016, pela revista norte-americana PLOS ONE, da área de farmácia. "Para nós a repercussão desta pesquisa é um ótimo resultado para o aprofundamento dos estudos", frisou

domingo, 10 de janeiro de 2016

“Foge LULA” Ordem de prisão a ‘LULA’ pegou o STF de surpresa, e ligou o sinal amarelo no Brasil

Amarrou e vinculou o STF de uma maneira, que o nosso tribunal não tem para onde mais correr, fazendo com que o STF tenha que fazer coisas que não tinha intenção de praticar




Expedir mandado de prisão contra o ex-presidente do Brasil, correndo-se o risco de, caso não o respeite, o atrase ou o retarde de forma dolosa ou intencional, de se criar um conflito diplomático, com interferência inclusive dos Tribunais Criminais Internacionais (O Tribunal de Haia).
Embora , que, o STF, pudesse agir de modo diferente, ou seja, ao invés de requerer informações complementares, expedir mandado de prisão temporária, enquanto colhe estas informações que pediu (Aqui o STF pode justificar que: o mandado de prisão temporário é expedido quando se correr o risco de se ocultarem ou se destruírem provas, por parte do agente criminoso, neste caso em específico, estas provas podem estar aqui no nosso país ou em território português).
Porém, nada impede de o MPF (que legalmente é obrigado a acompanhar este processo criminal), reforce este pedido, e o reitere, exigindo-o e fazendo-o cumprir, imediatamente. O ponto positivo: De qualquer forma, esta ordem de prisão só pode ser revogada pela Corte Lusitana. A brasileira não tem poderes para isso, porque a ordem vem da Corte Portuguesa, a Corte brasileira tem o dever de apenas cumpri-la, e muito menos questioná-la, nada mais. 4.
A notícia muito bem-vinda, é que vinculou definitivamente o ‘mor’ aos crimes internacionais, cuja impunidade é mais difícil de escapar. Assim, agora tudo é questão de tempo, por mais que os nossos tribunais e órgãos aparelhados queiram impedir”
(Via Publico Portugal)

sábado, 9 de janeiro de 2016

Cientistas preveem surto de zika até abril

É possível que haja outros fatores envolvidos nos casos de microcefalia, como uma combinação do zika com outros vírus ou fatores imunológicos ou genéticos dos pacientes


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), integrantes da força-tarefa criada em dezembro para investigar o zika vírus e sua relação com o aumento dos casos de microcefalia no País, afirmaram nesta sexta-feira, dia 8, que, embora não haja comprovação que a doença tenha se espalhado pelo Estado de São Paulo, é preciso se preparar para um cenário epidêmico entre os meses de março e abril, quando a população de mosquitos Aedes aegypti atinge seu pico.
“O que vai acontecer, eu não sei, mas estamos nos preparando para um surto massivo nesse verão”, disse Paolo Zanotto, virologista do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e coordenador da força-tarefa, que tem cerca de 300 pesquisadores e 40 laboratórios. Na sexta-feira, o grupo passou a contar com o reforço de cientistas do Instituto Pasteur de Dacar, no Senegal, que trazem a experiência da atuação em diversos surtos de doenças virais no mundo, entre elas o Ebola.
Uma das principais áreas de colaboração dos cientistas africanos é no desenvolvimento de métodos mais precisos e rápidos de diagnóstico do zika vírus. Entre as técnicas que estão sendo trabalhadas está um teste rápido de detecção, como já existe para a dengue. “Já temos um protótipo de teste rápido para o zika vírus, que também consegue detectar outros vírus similares, como dengue e febre amarela, o que torna o diagnóstico mais preciso. Pela nossa experiência em outros casos, o resultado desse teste pode sair no período de 15 a 20 minutos”, explicou Amadou Sall, diretor científico do Instituto Pasteur de Dacar e coordenador do grupo de pesquisadores africanos no Brasil.
Ele explicou que os testes rápidos podem ser muito importantes para o diagnóstico da doença em regiões mais carentes do Brasil, como cidades do interior do Nordeste que estão vivendo surtos de microcefalia. “Você pode ir a campo, a uma pequena vila, por exemplo, permanecer o dia inteiro lá e submeter as pessoas ao teste, sem precisar enviar as amostras a um laboratório central. É possível fazer em qualquer lugar, mesmo onde não há eletricidade”, disse ele.
Uma versão final do teste rápido, que poderá ser desenvolvido em larga escala e comercialmente, no entanto, pode demorar alguns meses para ser finalizado, segundo Sall.
Múltiplos fatores
Os cientistas também avaliam a possibilidade de mais de um fator estar associado ao aumento da microcefalia no Brasil. De acordo com Sall, o fato de duas coisas estarem acontecendo ao mesmo tempo em um mesmo lugar não significa que uma esteja causando a outra. E usou uma analogia simples: “O fato de o galo cantar quando o Sol nasce não significa que é o canto do galo que faz o Sol nascer”.

Mesmo a presença do vírus no organismo de um bebê nascido com microcefalia não serve como uma prova definitiva. “As coisas podem estar relacionadas, mas não é necessariamente uma que causa a outra”, explica. É possível que haja outros fatores envolvidos nos casos de microcefalia, como uma combinação do zika com outros vírus ou fatores imunológicos ou genéticos dos pacientes.