Extração de recursos naturais da sucupira pode matar até 70% dos focos.
Pesquisa é do curso de farmácia da Universidade Federal do Amapá.
Um
grupo de pesquisa da Universidade Federal do Amapá (Unifap) desenvolveu um
produto inovador, que pode matar larvas do mosquito Aedes aegypti em depósitos
de água por meio da extração de recursos biológicos da planta conhecida como
sucupira, nativa da região amazônica. Apesar do resultado positivo, os testes
ainda serão aprofundados para uma possível disponibilidade do produto para a
rede pública de saúde.
De
acordo com a pesquisadora e docente do curso de farmácia Anna Eliza Maciel, o
estudo foi desenvolvido em conjunto com acadêmicos da graduação e apontou a
eficácia de 70% no uso do produto em relação a mortalidade das larvas do
moquisto, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.
A
pesquisa descobriu que o óleo extraído da planta apresenta várias atividades
biológicas, incluindo uma potencial propriedade larvicida, substância que
destroi larvas.
A
escolha dos testes com larvas do mosquito Aedes deve-se pelo índice no
Amapá. O
último dado divulgado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) aponta que houve o registro de 4.086
casos notificados de dengue até dezembro de 2015.
"A
partir do produto, que é utilizado em várias funções biológicas, resolvemos
testar com as larvas do Aedes aegypti, porque é uma preocupação de saúde
pública. Os testes apresentaram resultados muito promissores, com taxa de
mortalidade acima de 70%. Novos testes serão desenvolvidos e o objetivo no
futuro é disponibilizar para a rede pública", ressaltou Anna Eliza.
A
pesquisadora explicou que a maioria dos métodos de controle da dengue envolve
agentes larvicidas em água e, portanto, o uso dos produtos naturais extraídos da
região amazônica é considerado um desafio tecnológico e que pode beneficiar a
população.
"Utilizamos
matéria da própria natureza e conseguimos desenvolver um produto, à primeira
vista, eficaz no combate às larvas. Neste contexto, a pesquisa aparece como
alternativa viável para resolver este problema principal", comentou a
pesquisadora.
De
acordo com o grupo de pesquisas, o trabalho foi publicado no dia 07 de janeiro
de 2016, pela revista norte-americana PLOS ONE, da área de farmácia. "Para nós a
repercussão desta pesquisa é um ótimo resultado para o aprofundamento dos
estudos", frisou
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