Amada e odiada,
ela colocou o Reino Unido nos eixos. E ainda foi decisiva para que o fim da
Guerra Fria não desse início a uma 3ª Guerra Mundial
Assim que
assumiu o posto de primeira-ministra, a primeira mulher no cargo em toda a
história do país, Thatcher deixou claras suas intenções: “Vou
transformar a Inglaterra de uma sociedade do ‘Me dê tudo’ em uma nação do ‘Faça
você mesmo'”. Os britânicos enfrentavam uma crise econômica grave, e o começo
de governo, em 1979 e em 1980, foi marcado por greves, protestos e até mesmo
falta de alimentos.
Mas Thatcher se manteve fiel a seus princípios –
essa era uma de suas características mais marcantes, que fizeram a imprensa
soviética apelidá-la de Dama de Ferro, um codinome que ela adorava. Em poucos
anos, a situação melhorou e a premiê conseguiu modernizar o sistema produtivo
da Inglaterra. Diminuiu a inflação e o desemprego. Cortou impostos e
privatizou indústrias estatais.
Coerente
com suas ideias, reduziu os programas assistenciais e o espaço dos sindicatos.
Foi amada e odiada do começo ao fim de seus 11 anos de mandato.
Líder
arrojada
Thatcher
já sabia exatamente o que fazer quando chegou ao poder. Desde o começo da
década de 1970, ela vinha insistindo para que o Partido Conservador se
atualizasse. Começou cortando subsídios para empresas, uma medida que, num
primeiro momento, provocou um número recorde de fechamento de empresas.
Pressionada, manteve-se coerente com seus objetivos. “As coisas vão piorar
muito antes de começar a melhorar”, prometia, alegando que precisava primeiro
arrumar a casa. Deu certo, e o país recuperou sua economia.
Ela
também resgatou a importância dos premiês britânicos para o cenário
internacional, ao fazer a ponte entre Estados Unidos e União Soviética – isso a
partir da chegada de Mikhail Gorbachev ao poder, em 1985, porque antes a Dama
de Ferro fazia de tudo para ajudar os americanos na formação de uma corrente de
defesa militar, composta de mísseis balísticos e nucleares sempre prontos a dar
o primeiro disparo.
Chefe
durona
A premiê
também defendeu com ardor (como fazia com tudo) que o Reino Unido continuasse
fazendo parte da comunidade de países europeus. A adesão acontecera em 1973,
mas era questionada com frequência. Se os britânicos fizeram parte da União
Europeia até 2016, quando votaram pela saída do bloco, foi em grande parte
graças à influência de Thatcher.
Os
debates sobre a União Europeia e uma nova fase de dificuldades econômicas
puseram fim ao regime da premiê. Thatcher deixou
o cargo em novembro de 1990. Recebeu o título de baronesa e se tornou uma
palestrante muito bem- sucedida. Morreu em 2013, aos 87 anos.
Em 1999, um de seus principais assessores, John
O’Sullivan, diria que ela era dura consigo mesma e com os mais próximos,
especialmente seus ministros. “Mas havia uma distinção: quanto mais humilde a
posição, mais agradável ela era.”
Seus grandes acertos
Modernizou
o país
As duras
medidas econômicas estabelecidas pela premiê ajudaram a recuperar a economia do
país e a melhorar o setor produtivo.
Aproximou
inimigos
Thatcher diminuiu
os atritos entre dois líderes com quem tinha boas relações, o americano Ronald
Reagan e o soviético Mikhail Gorbache.
Venceu
uma guerra
Foi sob
seu comando que os britânicos superaram os argentinos na Guerra das Malvinas, e
assim mantiveram o poder na região.