Em expedição no polo sul, médico russo operou a si mesmo por apendicite
No final de abril de 1961, Rogozov se viu em perigo e sem poder contar com ajuda de fora. A viagem da Rússia para a Antártida levara 36 dias por mar, e o navio só retornaria em um ano. Voar era impossível por causa da neve e das tempestades.
"Ele podia esperar por ajuda que não viria ou operar a si mesmo", disse Vladislav. Não era uma escolha fácil. Rogozov sabia que seu apêndice poderia estourar e, se isso acontecesse, sua morte seria quase certa. Enquanto ele refletia sobre suas opções, os sintomas pioravam.
"Ele teria de abrir seu próprio abdômen para tirar seu intestino para fora", disse Vladislav. "Ele não sabia se aquilo era humanamente possível."
Além disso, durante a Guerra Fria, oriente e ocidente competiam nas corridas nuclear, espacial e polar e o peso dessas disputas caía sobre os ombros de cada indivíduo.
O comandante da base russa teve de pedir permissão a Moscou antes da operação. "Se meu pai morresse, isso geraria publicidade negativa para o programa Antártico soviético", disse Vladislav.
Rogozov tomou sua decisão. Ele faria a cirurgia em si mesmo, em vez de morrer sem ter feito qualquer coisa.
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