quarta-feira, 24 de agosto de 2016

RECORDAÇÕES DO TREM

Um povoado monótono e aprazível, esmaecido na preguiça de um tempo lento em que a existência do trem, assim como a construção da sua estação ferroviária eram por assim dizer, o maior de todos os sonhos até então realizados nas paragens do Sertão. A mais inacreditável das invenções humanas direcionadas ao progresso dos sertões, até então abandonados no oco do mundo pelos homens da política do litoral. O trem, portanto era um acontecimento social. Uma festa quase utópica e operística.

Uma criação tão fantástica ao ponto de ninguém querer desejar mais nada das hostes do poder. Em última análise, o trem era a glória das glórias... E Mumbaça de alguma maneira vivia isso em todas as suas plenitudes e consequências. O progresso e a modernidade, diziam as elites paroquiais, começavam a dá o ar da sua graça...

Todos esperavam o trem que vindo de Mossoró e de Souza trazia consigo as notícias e as novidades do mundo. Era o trem de ferro rasgando a caatinga. Era o jornal e a televisão daquele tempo de atraso, ignorância e dificuldades. Razão pela qual a ‘pedra da estação’ de todo o interior passou a ser o local mais frequentando pela sociedade da época.


Sem distinção de cor ou posição social. Um teste de democracia de modo antecipado e que ninguém parecia não se dá conta. A multidão se acotovelava literalmente em toda a extensão da plataforma da estação do trem. Curiosos, viajantes, chapeados, crianças e vendedores ambulantes, todos se misturavam numa massa compacto e quase uniforme de gente na eufórica expectativa da passagem do trem. A pedra da estação ficava lotada de jovens e idosos da vila e dos sítios adjacentes. E até mesmo de cidades circunvizinhas como Martins e Lucrécia. 








PEÇAS QUE EM BREVE ESTARÃO NO NOSSO MUSEU DA ESTAÇÃO.

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