Reportagem de VEJA desta semana mostra como o Fies, um programa de financiamento estudantil que nasceu como uma excelente ideia ao abrir as portas das faculdades para jovens desfavorecidos, se transformou numa grande farra para universidades privadas – que chegaram a crescer 22 130%, como o grupo Kroton – e um pesadelo para os estudantes.
A revista VEJA entrevistou quase uma centena de alunos que têm ou tiveram financiamento do Fies e encontrou um leque de irregularidades relacionadas às mensalidades que fazem com que apoiados pelo Fies paguem mais que os outros estudantes. Mas a disparidade é só um dos indícios de que o Fies é um programa mal gerido e mal fiscalizado. Há outro efeito perverso: o endividamento superlativo de milhares de estudantes de baixa renda, o que levou a uma taxa de inadimplência de 49%.
Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar.
Na última década, o número de matrículas no ensino superior no Brasil dobrou, embora ainda fique bem aquém dos níveis dos países desenvolvidos e alguns emergentes. Só entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE.
Número de instituições de ensino superior mais que dobrou desde 2001 “Mas mesmo com essa expansão, na indústria de transformação, por exemplo, tivemos um aumento de produtividade de apenas 1,1% entre 2001 e 2012, enquanto o salário médio dos trabalhadores subiu 169% (em dólares)", diz Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia na Confederação Nacional da Indústria (CNI). A decepção do mercado com o que já está sendo chamado de "geração do diploma" é confirmada por especialistas, organizações empresariais e consultores de recursos humanos. "Os empresários não querem canudo. Querem capacidade de dar respostas e de apreender coisas novas. E quando testam isso nos candidatos, rejeitam a maioria", diz o sociólogo e especialista em relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Pastore.
Entre empresários, já são lugar-comum relatos de administradores recém-formados que não sabem escrever um relatório ou fazer um orçamento, arquitetos que não conseguem resolver equações simples ou estagiários que ignoram as regras básicas da linguagem ou têm dificuldades de se adaptar às regras de ambientes corporativos.
"Cadastramos e avaliamos cerca de 770 mil jovens e ainda assim não conseguimos encontrar candidatos suficientes com perfis adequados para preencher todas as nossas 5 mil vagas", diz Maíra Habimorad, vice-presidente do DMRH, grupo do qual faz parte a Companhia de Talentos, uma empresa de recrutamento. "Surpreendentemente, terminanos com vagas em aberto."
Outro exemplo de descompasso entre as necessidades do mercado e os predicados de quem consegue um diploma no Brasil é um estudo feito pelo grupo de Recursos Humanos Manpower. De 38 países pesquisados, o Brasil é o segundo mercado em que as empresas têm mais dificuldade para encontrar talentos, atrás apenas do Japão.
É claro que, em parte, isso se deve ao aquecimento do mercado de trabalho brasileiro. Apesar da desaceleração da economia, os níveis de desemprego já caíram para baixo dos 6% e têm quebrado sucessivos recordes de baixa.
Produtividade da industria aumentou apenas 1,1% na última década, segundo a CNI
Mas segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado nesta semana, os brasileiros com mais de 11 anos de estudo formariam 50% desse contingente de desempregados.
"Mesmo com essa expansão do ensino e maior acesso ao curso superior, os trabalhadores brasileiros não estão conseguindo oferecer o conhecimento específico que as boas posições requerem", explica Márcia Almstrom, do grupo Manpower.
Causas Especialistas consultados pela BBC Brasil apontam três causas principais para a decepção com a "geração do diploma".
A principal delas estaria relacionada a qualidade do ensino e habilidades dos alunos que se formam em algumas faculdades e universidades do país. Os números de novos estabelecimentos do tipo criadas nos últimos anos mostra como os empresários consideram esse setor promissor. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Hoje são 2.416, sendo 2.112 particulares. "Ocorre que a explosão de escolas superiores não foi acompanhada pela melhoria da qualidade. A grande maioria das novas faculdades é ruim", diz Pastore.
Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres, concorda. Há mais de uma década, McCowan estuda o sistema educacional brasileiro e, para ele, alguns desses cursos universitários talvez nem pudessem ser classificados como tal.
“São mais uma extensão do ensino fundamental", diz McCowan. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."
Para se ter a medida do desafio que o Brasil têm pela frente para expandir a qualidade de seu ensino superior, basta lembrar que o índice de anafalbetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%, segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope.
Especialistas questionam qualidade de novas faculdades no Brasil
Na prática, isso significa que quatro em cada dez universitários no país até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações. Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas. De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu 14 pontos - de 76%, em 2001, para 62%, em 2011. "E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda", prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM.
Segundo Lima, tal fenômeno em parte reflete o fato da expansão do ensino superior no Brasil ser um processo relativamente recente e estar levando para bancos universitários jovens que não só tiveram um ensino básico de má qualidade como também viveram em um ambiente familiar que contribuiu pouco para sua aprendizagem.
"Além disso, muitas instituições de ensino superior privadas acabaram adotando exigências mais baixas para o ingresso e a aprovação em seus cursos", diz ela. "E como consequência, acabamos criando uma escolaridade no papel que não corresponde ao nível real de escolaridade dos brasileiros." Postura e experiência
A segunda razão apontada para a decepção com a geração de diplomados estaria ligada a “problemas de postura” e falta de experiência de parte dos profissionais no mercado.
“Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade”, diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.
“Entre os que se formam em universidades mais renomadas também há certa ansiedade para conseguir um posto que faça jus a seu diploma. Às vezes o estagiário entra na empresa já querendo ser diretor.”
As empresas, assim, estão tendo de se adaptar ao desafio de lidar com as expectativas e o perfil dos novos profissionais do mercado – e em um contexto de baixo desemprego, reter bons quadros pode ser complicado.
Para Marcelo Cuellar, da consultoria de recursos humanos Michael Page, a falta de experiência é, de certa forma natural, em função do recente ciclo de expansão econômica brasileira.
"Tivemos um boom econômico após um período de relativa estagnação, em que não havia tanta demanda por certos tipos de trabalhos. Nesse contexto, a escassez de profissionais experientes de determinadas áreas é um problema que não pode ser resolvido de uma hora para outra", diz Cuellar.
Nos últimos anos, muitos engenheiros acabaram trabalhando no setor financeiro, por exemplo.
"Não dá para esperar que, agora, seja fácil encontrar engenheiros com dez ou quinze anos de experiência em sua área – e é em parte dessa escassez que vem a percepção dos empresários de que ‘não tem ninguém bom’ no mercado", acredita o consultor. 'Tradição baicharelesca'
Por fim, a terceira razão apresentada por especialistas para explicar a decepção com a “geração do diploma” estaria ligada a um desalinhamento entre o foco dos cursos mais procurados e as necessidades do mercado.
"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários." Gabriel Rico
De um lado, há quem critique o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros tende a seguir carreiras das ciências humanas ou ciências sociais - como administração, direito ou pedagogia - enquanto a proporção dos que estudam ciências exatas é pequena se comparada a países asiáticos ou alguns europeus.
“O Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes”, diz o diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Gabriel Rico.
Segundo Rico, as consequências dessas deficiências são claras: “Em 2011 o país conseguiu atrair importantes centros de desenvolvimento e pesquisas de empresas como a GE a IBM e a Boeing”, ele exemplifica. “Mas se não há profissionais para impulsionar esses projetos a tendência é que eles percam relevância dentro das empresas.”
Do outro lado, também há críticas ao que alguns vêem como um excesso de valorização do ensino superior em detrimento das carreiras de nível técnico.
“É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários”, diz o consultor.
Rafael Lucchesi concorda. "Temos uma tradição cultural baicharelesca, que está sendo vencida aos poucos”, diz o diretor da CNI – que também é o diretor-geral do Senai (Serviço Nacional da Indústria, que oferece cursos técnicos).
Segundo Lucchesi, hoje um operador de instalação elétrica e um técnico petroquímico chegam a ganhar R$ 8,3 mil por mês. Da mesma forma, um técnico de mineração com dez anos de carreira poderia ter um salário de R$ 9,6 mil - mais do que ganham muitos profissionais com ensino superior.
“Por isso, já há uma procura maior por essas formações, principalmente por parte de jovens da classe C, mas é preciso mais investimentos ara suprir as necessidades do país nessa área”, acredita. CONCLUSÃO: Atualmente o numero de pessoas que possuem ensino superior aumentou, isso aconteceu porque ficou mais fácil conseguir um diploma devido ao surgimento de várias faculdades particulares nos últimos anos. Estas faculdades exigem menos dos alunos e eles acabam aprendendo menos e se formam profissionais não muito eficientes, não todos mas a maioria. Além de oferecer pouco conhecimento as faculdades particulares contribuem com segregação e desigualdade sociais, uma vez que a população de baixa renda não tem acesso aos cursos mais valorizados como medicina, direito e algumas engenharias. A geração diploma tem decepcionado empresas pois os jovens não sabem lidar com as hierarquias das empresas, nem como se portar no ambiente de trabalho e também não sabem como sair de situações difíceis, outro fato preocupante é que esses novos profissionais não estão sendo capazes de conduzir projetos de pesquisas de grandes empresas, ou seja, não são capazes de desenvolver a economia e nem os setores nos quais trabalham.
É possível encontrar muitas pessoas que fizeram faculdade, mas que trabalham em áreas que não têm nada a ver com sua formação superior.Ter um diploma é importante, mas é preciso aprender na faculdade e colocar em prática tudo o que se aprendeu quando se está formado porque não há razão para fazer um curso só para conseguir um diploma.
Quando vejo essas noticias da rebelião em Alcaçuz e 27 mortos ou mais como dizem, lembro da historia que contam no governo Juvenal Lamartine em 1927.
15 de março de 1927: Juvenal Lamartine assumiu no Palácio Potengi, em Natal, o governo do Rio Grande do Norte".
"Dizem que esse governo resolveu reunir todos os prisioneiros porque as cadeias já não os cabia mais. Decidiu soltá-los sob a condição de nunca mais roubarem nem praticarem outros delitos. Fichou todos eles na Polícia e mandou que lhes raspasse a cabeça, avisando-lhes: _ Eu vou soltar-lhes da prisão sob condições de vocês cumprirem as leis! Abram do olho porque todo aquele que for pego na reincidência do crime, eu não sei o que poderá acontecer! Quem avisa amigo é; quem abusa é porque quer, segundo o livro dos provérbios!".
"Algum tempo depois as cadeias estavam novamente esbarrotando de prisioneiros. O governador Juvenal Lamartine, mandou os presos entrarem numa goveta da marinha e tocou voz de comando. Navegaram 80 milhas distas de Natal. Ao chegar em alto mar ele enfileirou todos os prisioneiros na proa da goveta. De um lado, os presos primates no crime; do outro lado, os presos reincidentes no mesmo. Cada um na frente de um soldado. Gritou voz de comando e cada soldado jogou um preso em alto mar. Ele disse para os outros que já os tinha soltado pela primeira vez sob condições deles cumprirem as leis. _ Avisei-lhes que não seria complacente com os reincidentes no crime. O mesmo eu digo a vocês: estão soltos porque não tem dinheiro no mundo que dê para sustentá-los nas prisões abarrotadas demais que não tem mais lugar sequer para vocês dormirem!. Dizem que por isto a criminalidade no Rio Grande do Norte é pouca em relação aos outros estados brasileiros!". (Diário). Isso era em tempos passados porque hoje emparelha ou está mais violento que muitos Estados.
sábado, 14 de janeiro de 2017
Respeito com o dinheiro público: Prefeita
do Ceará quita dívidas do município, melhora a educação e deixa 1,8 milhão em
caixa e perde a eleição
A má gestão do dinheiro
público é um problema crônico do Brasil, seja na esfera municipal,
estadual ou federal. Mas, existem exceções que apontam um caminho que todos os
governantes deveriam seguir.
A ex-prefeita de Coreáu, cidade do interior
do Ceará, deixou as contas no azul, ou seja, sem dívidas e com dinheiro no
caixa para a próxima administração.
O município de 24 mil
habitantes pagou a folha de dezembro dos servidores no último dia 30 junto com
o 13º. Todos os fornecedores também foram pagos. Se fosse “só” isso estaria de
bom tamanho, mas a prefeita conseguiu deixar mais de 1,8
milhão em caixa.
Erika
Frota Cristino sanou todas as contas públicas entregues a ela pela gestão
anterior. Ela transformou a educação no município,
que deixou as últimas posições no Estado e hoje é uma
das melhores do Nordeste.
Apesar do excelente
trabalho, Erika não conseguiu se reeleger. A política do PDT
recebeu 48,04% dos votos. O candidato do PSDB, Carlos Roner Feliz Albuquerque,
venceu a eleição com 51,64%
A diferença entre os dois foi de apenas 578
votos.
Jabes
Ribeiro e Eures Ribeiro: sobrenomes iguais e ideias distintas sobre gestão
pública.
Em 2012, Eures
Ribeiro venceu as eleições para prefeito de Bom Jesus da Lapa (BA) com 58,54%
dos votos válidos. Em 2016, foi reeleito com uma votação ainda maior, 78%.
Qual o
segredo?
Segundo Eures
Ribeiro, com gestão centralizadora e respeito absoluto ao dinheiro público é
possível corresponder às expectativas da população.
O prefeito de
Bom Jesus afirma que uma de suas primeiras atitudes foi romper com os aliados
dispostos a se enriquecer com a grana do povo. Segundo ele, sem essa postura o
gestor não consegue governar para quem mais precisa.
Eures Ribeiro
discorda do seu colega ilheense Jabes Ribeiro, que insiste em colocar a culpa
na crise econômica para justificar o fracasso de sua gestão. Segundo o prefeito
da Lapa, “não existe crise quando o dinheiro é fiscalizado. O dinheiro que vem
é suficiente, agora tem que ter o controle”.
EXEMPLOS
AQUI DO ESTADO
OLHO
DAGUA DO BORGES
Derrotado por
13 votos para Maria Helena, sua tia, Breno Queiroga um herói, com mais de 20 0bras concluídas
em 4 anos.
Nos últimos 4 anos me dediquei
integralmente a esta cidade, abandonei totalmente a minha vida em nome deste
projeto. Me sentia uma ferramenta de Deus com um propósito claro, mudar para
melhor a vida de todos os nossos conterrâneo e tornar ODB um modelo a ser
seguido! Concluímos 16 obras, iniciamos outras 10 e asseguramos recursos para
outras 12 obras, implantamos uma educação de ponta, atendemos bem na saúde sem
nenhum tipo de perseguição política, valorizamos o trabalho!
Fizemos tudo isso em meio a maior crise política e
financeira das últimas décadas e em meio a maior seca da história de nosso
município!
Propus uma política nova, sem compra de votos,
baseada exclusivamente no resultado de nosso trabalho, em uma perspectiva clara
e objetiva de um futuro bom para todos e no convencimento do cidadão!
Infelizmente
não foi a escolha da maioria da nossa população!
Agradeço
fortemente a todos vocês que acreditaram em nosso projeto, que defenderam nossa
forma de trabalhar e que, mesmo em meio a todas as carência e pressões que a
vida impõe, não sucumbiram e não se tornaram mercadoria da política!
Parabéns
pela campanha linda que fizemos!
Vamos
respeitar a vontade da maioria, deixá-los comemorar sua vitória e vamos
agradecer a Deus, pois só ele sabe de todas as coisas!
CAMPO
GRANDE TAMBEM FOI OUTRA DERROTA DE UM TRABALHO MUITO
ORGANIZADO – BIBI – 8 ANOS PERDE POR 51 VOTOS ATRAVES DO SEU SUCESSOR
Prefeito
“mais popular do RN” deixa R$ 2,14 milhões em caixa para sucessor adversário
Em tempo de crise, demissões, quebra de compromissos básicos, e
limitação de recursos, uma prefeitura do interior do Rio Grande do Norte
encerra 2016 indo de encontro a uma realidade generalizada.
Encravado
no Médio Oeste Potiguar o município de Campo Grande começará o ano com R$
2.141.334,64 (Dois milhões, cento e quarenta e um mil, trezentos e trinta e
quatro reais e sessenta e quatro centavos) guardados nas contas da prefeitura.
Ex-executivo
da Cosern, Francisco das Chagas Eufrásio, Bibi de Nenca, cumpriu oito anos de
mandato após suceder o então prefeito Edilberto Almeida, o Bebeto.
No
início do seu governo direcionou atenções para uma ampla reforma administrativa
que favoreceu um bom planejamento financeiro, e a execução de importantes
projetos na área da infraestrutura.
Com
os gastos controlados, projetos em andamento, e dinheiro em caixa, a reeleição
se deu num clima de tranquilidade.
A
manutenção da mesma linha no segundo mandato garantiu a projeção do prefeito,
que foi apontado em pesquisas de opinião pública realizadas em 2014, como o de
maior popularidade em todo o Rio Grande do Norte.
A
atual condição financeira do município no fim de 2016 foi oficialmente
informada ao Ministério Público, Tribunal Regional Eleitoral e à Paróquia de
Sant´Anna.
O
mais curioso se volta para o fato de que o atual prefeito, Bibi de Nenca,
ser adversário do seu sucessor, Manoel Veras. O candidato apoiado por
Bibi, Grimaldo Gondin, perdeu a eleição por uma diferença de 51 votos.
A
partir de amanhã, além de assumir o comando da prefeitura de Campo Grande, o
prefeito Manoel Veras receberá um caixa de R$ 2,14 milhões, o que favorecerá um
início de mandato diferenciado, não apenas para a realidade do Rio Grande do
Norte, mas para todo o País.
LAGOA
NOVA – ORGANIZADO, CONTADOR, JOAO MARIA, NÃO FEZ
SEU SUCESSOR E DEIXOU QUASE 2 MILHOES EM CAIXA
SÃO JOSE
DO SERIDÓ – JACKSON DANTAS, GRANDE ADMINISTRAÇÃO ELEGEU
SUA SUCESSORA, DEIXA DINHEIRO EM CAIXA, E REALIZA UMA DAS MAIORES
ADMINISTRAÇÕES DO ESTADO.
Ao invés de dívidas, um saldo de R$
1,6 milhão conta.
Foi assim que Jackson Dantas (PMDB)
deixou a Prefeitura de São José do Seridó para a sucessora Miúda (PMDB), após
seus oito anos de gestão.
Além do bom caixa, Jackson deixou um
município organizado, com diversas obras concluídas e outras planejadas.
A estratégia do governo com a campanha é evitar que o presidente Michel Te
mer seja responsabilizado pela falta d’água numa região em que é impopular.
O governo avalia que, se preparar a população para o problema, a reação será
minimizada.
O ministro diz, contuO governo prepara uma campanha publicitária direciona da ao Nordeste para informar que a região vai entrar no sexto ano consecu tivo de estiagem. Será a seca mais prolongada dos últimos 100 anos. A última crise foi entre 1910 e 1915. O ministro da Integração, Helder Barba lho, não descarta um colapso na região metropolitana de Campina Grande (PB), com falta de água para o consumo humano já em abril, e pro blemas pontuais em Fortaleza. “Estamos monitorando para encontrar soluções para os grandes centros urbanos, nos quais pode ocorrer um colapso.”do, que não tem informação sobre esse assunto.
Obras estruturantes e novas adutoras não ficarão prontas a tempo de resolver o
problema, que bate à porta. O governo tem usado carros-pipa. São 6.800 aten
dendo 3.500 localidades. E se queixa de que alguns Estados não fizeram a sua
parte.
Uma medicina mais lenta e atenta às necessidades individuais de cada paciente, que priorize o diagnóstico clínico - e não os exames - e a prevenção em vez da medicação.
Esses são alguns dos pontos defendidos pelo movimento Slow Medicine ("medicina sem pressa", em tradução livre), que desembarcou há pouco no Brasil.
Trata-se da versão medicinal de uma filosofia que teve origem na gastronomia em 1986, na Itália, e ganhou em 2004 sua bíblia, o livro Devagar - Como um Movimento Mundial está Desafiando o Culto da Velocidade (Record), do jornalista britânico radicado no Canadá Carl Honoré.
Ao destrinchar um movimento que pede calma numa sociedade estressada pela pressa, o autor agradou leitores de todo o mundo e acabou na estante dos mais vendidos. E a moda "Slow" ganhou adeptos ao redor do planeta - e em diversas áreas.
Na medicina, o termo foi usado pela primeira vez pelo cardiologista italiano Alberto Dolara, num artigo publicado em 2002. Para ele, o movimento Slow seria uma contrapartida ao "constante impulso de aceleração na sociedade moderna".
Consultas mais demoradas são um dos pilares da filosofia - a ideia é que o paciente seja visto como uma pessoa completa, não como um conjunto de enfermidades -, mas há outros aspectos envolvidos.
Entre eles estão o compartilhamento das decisões, a ênfase na saúde e não na doença e a prevenção como terapia.
As propostas, no entanto, recebem críticas de outros especialistas, que defendem haver outras prioridades na medicina.
"Até louvo as entidades que queiram ter uma medicina mais personalizada", disse o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia Aguinaldo Nardi.
"É o que nós devíamos ter mesmo. Mas estamos muito longe disso."
Para o médico, porém, o primeiro passo seria ter um bom sistema de saúde global. "Nós ainda estamos longe de ter uma saúde de qualidade para todos", afirmou.
Menos remédios e exames
Já os entusiastas da Slow Medicine afirmam que suas propostas poderiam baratear o sistema de saúde ao propor, por exemplo, um menor uso de medicamentos e exames.
"Acho nossos remédios uma maravilha", afirmou o clínico-geral, geriatra e cofundador da Slow Medicine no Brasil José Carlos Aquino de Campos Velho.
"Hoje temos a possibilidade de curar ou controlar doenças que até 20 anos atrás matavam. Mas a questão é o uso abusivo e excessivo de medicamentos."
Segundo ele, é preciso questionar, por exemplo, certos casos em que drogas são utilizadas como instrumento de prevenção.
"Um paciente com colesterol alto, mas que nunca teve nenhum episódio cardíaco mais grave, não fuma, não tem histórico familiar de doença do coração e se exercita, talvez não deva tomar remédio", disse.
Isso porque, avalia, é necessário medicar uma população enorme para se evitar um único infarto - o que aumenta os custos de planos particulares e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por outro lado, afirma, cria-se uma ampla gama de pacientes sujeitos aos efeitos colaterais dos medicamentos, como mialgia, miopatia, diabetes e problemas cognitivos.
Outro aspecto da medicina atual que é criticado pelos adeptos da Slow Medicine é o excesso de pedidos de exames.
Para Campos Velho, o fenômeno traz uma série de problemas, que vão dos custos elevados ao estresse, muitas vezes desnecessário, de um paciente que tem de aguardar uma semana para saber, por exemplo, que aquela manchinha de nascença não se transformou em um câncer fatal.
"Não é que a gente seja contra os exames", disse. "Mas a gente defende que isso deve ser individualizado. Que a decisão deve ser tomada de maneira consciente pelo paciente, depois de ele ser informado sobre os riscos e benefícios que pode ter."
Campos Velho usou como exemplo uma dor nas costas.
"Se não tiver nenhum indicador que possa sinalizar um problema mais sério como um câncer, por exemplo, não se deve nem fazer um exame de imagem."
"Porque ao fazer uma ressonância ou um raio-X, é provável que se encontre alterações que talvez nem tenham relação com a dor, mas que possam ser passíveis de procedimentos."
A solução para casos como esse? Tempo, responde o médico. Se necessário medicar com analgésico e anti-inflamatório e esperar para ver como os sintomas se comportam, afirma.
O caso hipotético do paciente com dor nas costas ilustra o oitavo dos 10 princípios da Slow Medicine: colocar a segurança do paciente em primeiro lugar. E se completa com a ideia de que, na dúvida, para evitar um mal maior, o médico deve abster-se de intervir.
Contra o azul e o rosa
O movimento ganha uma boa dose de polêmica por se colocar contra campanhas como o Outubro Rosa, voltado à prevenção do câncer de mama, e o Novembro Azul, que incentiva o diagnóstico precoce de câncer de próstata.
"Virou uma campanha de marketing que gera um grande número de solicitação de exames", opina Campos Velho.
"Muitos desses exames acabam gerando procedimentos e muitos desses procedimentos são invasivos e levam a cirurgias que podem causar impotência e incontinência urinária", afirmou o geriatra, referindo-se ao Novembro Azul.
Segundo ele, além dos falsos positivos, há um grande número de pacientes que vai, sim, desenvolver o câncer, mas que, por estar em idade avançada ou sofrendo de males diversos, acabará morrendo por outros motivos.
A opinião de Campos Velho ecoa um artigo do urologista Marcio D'Imperio, publicado no site da Slow Medicine Brasil.
O texto cita dados de um estudo publicado em 2012 pelo semanário científico americano New England Journal of Medicine, que acompanhou 180 mil homens entre 50 e 74 anos.
Os resultados indicaram que, ainda que tenham sido diagnosticados mais tumores, a mortalidade geral dos pacientes que fizeram rastreamento por meio do exame PSA e dos que não fizeram foi praticamente a mesma: de aproximadamente 18%.
Além disso, apontaram que, ao se fazer exames numa população ampla, sem triagem prévia, evita-se apenas uma morte para cada 1.055 homens examinados.
Campanhas como incentivo
O urologista Aguinaldo Nardi, do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (organização que criou a campanha Novembro Azul), questionou os dados do estudo citado por D'Imperio.
Entre outras críticas, Nardi afirmou que uma parte dos pacientes, que não tiveram os níveis de PSA monitorados durante a pesquisa, havia feito outros exames para identificar o câncer de próstata.
Ele também rebateu críticas da Slow Medicine ao excesso de exames e às campanhas de conscientização. "Como médicos, nosso dever é informar a população", disse.
Segundo Nardi, campanhas como o Novembro Azul e o Outubro Rosa muitas vezes servem como incentivo para que a população tenha contato com um médico, o que pode levar à identificação de outros problemas de saúde.
Ainda de acordo com o urologista, no caso do câncer de próstata o maior problema não está na realização ou não de exames, mas no que está sendo feito com os pacientes que apresentam a doença.
Nardi afirmou que dos 69 mil casos de câncer de próstata detectados em 2015, 36 mil deveriam ser tratados em cirurgias feitas pelo SUS.
Mas apenas seis mil foram operados. Ou seja, segundo o urologista existem 30 mil pacientes "perdidos no limbo do sistema público de saúde".
Paciente Slow
Polêmicas à parte, as ideias da Slow Medicine vêm conquistando adeptos.
O bancário aposentado Moacir Mariscal, por exemplo, passou 20 de seus 65 anos monitorando um órgão cuja existência sequer notaria, não fosse a medicina moderna: a próstata.
A despeito do sobrepeso, fator de risco genérico que aumenta também as chances de desenvolver vários tipos de câncer, os níveis de PSA de Mariscal sempre estiveram dentro da normalidade.
Os exames periódicos, contudo, continuaram até que, em março, numa consulta com o geriatra Campos Velho e após confabularem sobre o assunto, médico e paciente, decidiram deixar a próstata em paz.
"Ele me disse que, com todos esses anos de resultados normais, não precisávamos mais fazer exame. E eu confiei na decisão dele", disse Mariscal.
O aposentado, que vê com bons olhos o movimento Slow e a Medicina sem Pressa, anda irritado com a boa e velha "medicina apressada".
Diante da dificuldade em marcar uma consulta com a dermatologista para checar uma mancha dolorida na perna - só havia horário para o fim de janeiro -, Mariscal resolveu buscar uma clínica particular de múltiplas especialidades, dessas que se apresentam como alternativa aos planos de saúde.
A consulta durou cinco minutos, com uma médica que mal o olhou nos olhos, lembrou Mariscal.