domingo, 6 de dezembro de 2015

Derrotado pelo Aedes ?

O país fracassa no combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor de três doenças

Em outras épocas, talentos da ciência brasileira deram respostas decisivas para graves problemas de saúde pública que atingiram o País. É o caso do sanitarista Oswaldo Cruz, pioneiro no combate ao mosquito da febre amarela, a doença que assolou o Rio de Janeiro no início do século XX. Antes, no Ceará, foi exemplar a atuação do farmacêutico Rodolfo Teófilo, quando, no final do século XIX, promoveu campanha de vacinação contra a varíola em Fortaleza.
Cruz e Teófilo realizaram trabalhos de referência mesmo com a desconfiança de boa parte da sociedade. O espírito dos dois cientistas está fazendo falta. O País fracassa no combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor de três doenças (dengue, chikungunya e zika).

O Brasil acaba de descobrir que a zika é a mais provável causa do surto de microcefalia que já atingiu centenas de recém-nascidos em sete estados do Nordeste. A microcefalia afeta o crescimento adequado do cérebro do bebê, podendo causar sequelas no desenvolvimento da criança diagnosticada com a doença.
A hipótese é que mulheres grávidas foram picadas pelo Aedes. Exames laboratoriais encontraram o vírus da zika no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação. Daí a relação que está sendo estabelecida entre zika e microcefalia.
Segundo o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, a relação entre o vírus zika e a microcefalia “é inédita no mundo” e não consta na literatura científica. “Nossos cientistas, cientistas do mundo que se interessarem, devem nos ajudar a provar essa causa e efeito”.
A convocação comprova a gravidade do problema. O Brasil convive com o Aedes há décadas. A cada ano, gasta fortunas com campanhas de conscientização na tentativa de eliminar o mosquito. Sem sucesso. O mosquito só prolifera e passa por mutações que o tornam ainda mais resistente.
Alerta geral. Chega o momento de ações mais efetivas. É hora de o setor público agir com a plenitude da autoridade que as leis permitem para eliminar essa praga de nosso território.

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