Por Nildo
Alexandrino.
Desde criança se identificou
com a música e aos 18 anos percebendo sua vocação, decidiu fazer da cantoria o
seu ganha-pão, influenciado por outros violeiros.
Aos 18 anos seguiu para
Fortaleza onde, com a convivência com outros violeiros se aprimorou na arte da
cantoria e iniciou sua trajetória artística. Durante anos, viveu apenas das
canções, do repente e da viola, viajou todo o Nordeste, Norte e Sul do País
fazendo cantorias e com outros cantadores, entre eles João Liberalino com quem
formou uma das mais famosas duplas de toda a região. Juntos eles foram para o
rádio com o programa Rimas e Violeiros, sucesso por mais de vinte anos e
companheiro com quem gravou o LP O Nascimento de Jesus em 1972.
Mas este não foi o primeiro
LP. Elizeu fez ainda o LP 'Canções de Amor', em 1971, e o terceiro e último
disco 'Chorando ao Pé da Cruz', em 1979, sendo este último pela Continental
vendendo 40 mil cópias.Apesar de ser analfabeto, isso nunca o atrapalhou. Ele
costumava declamar os seus versos até decorá-los. Depois com o uso de um
gravador, as letras eram transcritas por amigos e familiares.
Com os anos, seu trabalho foi
ficando mais difícil. Aos 60 anos ficou cego vitimado pela catarata irremediável
diante da falta de condições de pagar um caro tratamento. Nos seus últimos anos
de vida, Elizeu era figura urbana, conhecido por sua banca ao lado do mercado
público central de Mossoró, onde cantava as músicas e vendia fitas cassete com
as gravações. Ele calculava ter vendido mais de 100 mil fitas
cassetes.
Pouco tempo depois, nos
últimos dois anos de vida, Elizeu Ventania já não estava mais gravando e vivia
da ajuda financeira dos filhos. Nessa época o cancioneiro já não vivia mais com
a mulher legítima, Francisca Limeira Sales, há mais de quinze anos. Toda a
doença foi acompanhada de perto por sua companheira Benedita Neuma Sena, com
quem conviveu maritalmente os últimos vinte anos de vida.
O
cancioneiro teve ao todo oito filhos. Em 19 de outubro de 1998 ele faleceu após
uma parada cardiovascular no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), oriundo de
um enfisema pulmonar e depois de quinze dias de internação na UTI. Deixou mais
de 200 composições inéditas e uma trajetória a ser recordada pelos cantadores de
toda a região.
Em sua homenagem o antigo
prédio da estação ferroviária de Mossoró recebeu o nome de ESTAÇÃO DAS ARTES
ELIZEU VENTANIA.
VULTOS DE NOSSA HISTÓRIA: Tião Carlos, O poeta da alegria
Por Nildo
Alexandrino
"Deus ajude a quem compra a
mim, agradece, Tião Amorim."
Quem nunca ouviu um verso do
saudoso poeta Tião Carlos? Quem nunca deu grandes risadas com suas rimas
engraçadas e improvisadas na hora? Lembro muito bem: ele com seu jeito faceiro
no seu comercio ou andando pela rua, quando passava alguém e dizia: Seu Tião o
que você acha de fulano de tal? E ele na mesma hora improvisava uma rima como
resposta que sempre fazia a pessoa rir...
Sebastião Carlos de Amorim (20 de Janeiro de 1927 - 04 de Janeiro de 2009) foi um poeta, comerciante e vereador na cidade de Frutuoso Gomes, exercendo a vereança por dois mandatos, assumindo a presidência da câmara durante o segundo mandato. Também foi fiscal comunitário durante certo período. No ano de 2007, Tião ganhou a medalha de honra em nome do seu pai por ter participado da resistência formada em Almino Afonso contra o bando de Lampião que chegara às terras potiguares.
Seu Tião, como era popularmente conhecido, foi casado com Maria de Lourdes Santana, gerando com ela seis filhos, são eles: José Augusto Carlos de Amorim, Maria Cledina Carlos de Amorim, Carlos Neuton de Amorim, Damiana Carlos, Rui Carlos e Clésia Carlos.
Filho de Maria Carlos de
Amorim e José Nunes Amorim, teve três irmãos: Eronildes Carlos Amorim (Seu
Nidas), Ester Carlos Amorim, Maria José Carlos Amorim (Zezinha). Sua mãe foi a
primeira filha de José Carlos de Andrade, descendente direto de Manoel Carlos da
Silva com Bárbara Maria Batista da Silva que residiram na região de Campina
Grande - PB durante meados dos séculos XIX e XX. Manoel Carlos da Silva, era
filho único de José Carlos da Silva (advindo de Portugal) e Felícia Benigna do
Amor Divino, foi senhor de engenho, agricultor, pecuarista, proprietário de
vários sítios na região e pai de 12 filhos que deram origem à Família
Carlos.
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